Por Mariana Felipe
Considerado
um dos maiores humoristas do cinema brasileiro, Amácio Mazzaropi foi o único
artista a ficar milionário fazendo filmes no país. Entre 1970 e 1975, por
exemplo, ele foi responsável por 20% da arrecadação do cinema nacional. Seus
longas chamam atenção pela simplicidade e não eram bem recepcionados pela
crítica, mas conquistavam milhões de fãs. Mazzaropi contava histórias com as
quais o público se identificava na época, principalmente de injustiças sociais
e de pessoas que deixavam o interior para tentar a sorte na cidade grande. Para
os que desejam conhecer a obra de Mazzaropi e entender um pouco mais sobre o
cinema brasileiro, a Bula reuniu em uma lista dez filmes que estão disponíveis
no Netmovies. O site, que antes cobrava mensalmente dos usuários, liberou todo
o catálogo para acesso ilimitado, mediante exibição de publicidade. Os títulos
estão organizados por ano de lançamento.
A
Banda das Velhas Virgens (1979), Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner
O caboclo
Gostoso é maestro de uma banda formada apenas por mulheres idosas e beatas. O
grupo é o orgulho da pequena cidade, onde Gostoso também trabalha numa fazenda.
Após um desentendimento, ele é expulso do sítio e decide recomeçar a vida na
cidade grande, recolhendo sucata. Ao vasculhar o lixo, ele encontra um saco com
joias e é acusado de roubo. Agora, ele precisa fazer de tudo para provar que é
inocente.
Um
Caipira em Bariloche (1973), Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner
Polidoro
é um fazendeiro ingênuo que, enganado pelo genro, vende sua fazenda para o
vigarista Agenor. Sob a promessa de que receberá o dinheiro da venda em
Bariloche, ele viaja até a fria cidade argentina. Mas, ao chegar lá, ele
consegue provas de que foi passado para trás e decide voltar ao Brasil para
desmascarar Agenor.
O
Grande Xerife (1972), Pio Zamuner
Inácio
Pororoca é chefe da agência de correios do pequeno povoado de Vila do Céu.
Viúvo e pai de Mariazinha, ele passa o dia cuidando da vida dos outros. De
repente, bandidos perigosos invadem a cidade, matam o xerife e colocam Inácio
no lugar dele. A população zomba de Inácio como xerife, mas ele leva a sério
sua nova função e planeja expulsar os criminosos.
O
Jeca e a Freira (1968), Amácio Mazzaropi
No século
19, Pedro, um poderoso dono te terras toma a pequena criança Celeste de um
casal de caipiras colonos, criando-a como se fosse sua filha. Anos mais tarde,
a garota está de férias do colégio e retorna à fazenda acompanhada da freira
irmã Izabel. Pedro ameaça os colonos para que fiquem longe de Celeste e faz de
tudo para que ela não encontre seus verdadeiros pais.
Uma
Pistola para Djeca (1970), Ary Fernandes
Em um
pequeno vilarejo do interior, a jovem Eulália, filha do humilde Gumercindo, é
violentada por Luís, filho do coronel e prefeito da cidade. Ela fica grávida e
se torna mãe de Paulinho. Gumercindo sofre ao ver o garoto sendo desprezado por
não ter pai, mas não consegue falar com Luís, que tem muitos funcionários
valentões. Mas, com a ajuda dos amigos, ele consegue uma pistola para enfrentar
os capangas do coronel.
No
Paraíso das Solteironas (1969), Amácio Mazzaropi
O caipira
J.K. se desespera quando seu patrão, dono da fazenda, envia sua vaca de
estimação para um abatedouro. Em busca do animal, J.K. vai até a cidade grande,
onde começa a ser assediado por muitas mulheres solteiras. J.K. não tem
segundas intenções e diz que é casado, então acaba sendo alvo da vingança de
uma das mulheres, que arma um plano para que ele seja preso.
Casinha
Pequenina (1963), Glauco Mirko Laurelli
Considerado
por alguns como a obra-prima de Mazzaropi, “Casinha Pequenina” conta a história
de Chico, um colono de bom coração que trabalha para Coronel Pedro, um dono de
terras escravocrata. Ao ser chantageado por mulheres que sabem de um crime que
ele cometeu no passado, Pedro envolve Chico no seu plano de se livrar delas.
Chico não quer participar e pede ajuda ao filho mais velho do patrão, que
também não gosta das atitudes do pai.
O
Vendedor de Linguiça (1962), Glauco Mirko Laurelli
Gustavo é
um vendedor ambulante de linguiças que todos os dias anda pela periferia de São
Paulo oferecendo seu produto. A filha de Gustavo, Flora, trabalha como
doméstica para patrões ricos e aproveita quando eles estão viajando para pegar
algumas roupas caras. Durante um passeio, ela finge ser rica e começa a namorar
um milionário. Agora, Flora quer que o pai também finja ser chique para enganar
o namorado dela.
Jeca
Tatu (1960), Milton Amaral
Jeca é um
caipira preguiçoso e simplório que vive com a família em um sítio, no interior
de São Paulo. Um agricultor italiano, dono de muitas terras, planeja tomar o
rancho de Jeca e expulsá-lo dali, pois seu filho está paquerando a filha
adolescente do caipira e ele não aceita o namoro. Com a ajuda dos amigos, Jeca
vai até a capital São Paulo pedir ajuda a um político para enfrentar o
italiano.
Chofer
de Praça (1958), Milton Amaral
O humilda
Zacarias vai para a cidade grande com sua mulher para arrumar o emprego e
ajudar a pagar os estudos do filho, que faz Medicina. Seu sonho é ver o garoto
se formar, por isso tem a coragem de abandonar a vida pacata no interior.
Zacarias consegue um trabalho como Chofer de Praça, mas o carro que lhe
oferecem está caindo aos pedaços. Atrapalhado, ele comete muitos deslizes no
trânsito, assustando os passageiros.
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