As Lojas Maçônicas Virtuais parecem ter chegado para preencher o universo maçônico deste século como mais um avanço significativo. A Maçonaria, que já foi operativa quando seus membros se associavam para preservar o conhecimento, tornou-se especulativa ao reconhecer que o conhecimento compartilhado é melhor para o desenvolvimento individual e da sociedade. Agora, propõe-se a disseminar a discussão sobre o que é uma “vida boa” por meio da tecnologia. Com o avanço dos meios de comunicação e, mais recentemente, com a chegada da Inteligência Artificial, é possível replicar digitalmente ambientes reais em ambientes virtuais.
Logo no início deste novo século, maçons com visão ampliada dedicaram-se a desenvolver e viver esta Maçonaria sem fronteiras, que, embora desconhecida pelo grande público maçônico, já não é nova. Estes irmãos visionários vivenciam a experiência de sessões virtuais há alguns anos, funcionando exclusivamente no formato virtual sem templos físicos. Entre as lojas fundadas por estes irmãos, podemos destacar a Castle Island Virtual Lodge Nº 190, fundada em 2012, que opera completamente online, permitindo que maçons de diferentes locais participem das reuniões e atividades sem a necessidade da presença física; a Virtual Grand Lodge, fundada em 2015, também totalmente online, oferecendo iniciações e reuniões virtuais, utilizando símbolos e rituais que replicam a experiência tradicional de forma digital e a Loja Virtual 47 - Lux in Tenebris, fundada em 2020 em Rondônia, dedicada a proporcionar um espaço de reflexão, estudo e crescimento pessoal, perpetuando os valores da Maçonaria em um ambiente moderno e acessível.
As lojas virtuais podem cumprir seu propósito desde que seus membros compreendam perfeitamente seu papel na Maçonaria contemporânea. As plataformas online podem oferecer uma vasta gama de materiais educacionais e palestras virtuais, facilitando o engajamento dos membros em discussões que aprofundem a compreensão dos princípios maçônicos. O alcance ampliado das lojas virtuais também tem consequências significativas na disseminação dos valores maçônicos. À medida que mais indivíduos de diferentes partes do mundo se juntam às lojas virtuais, os ensinamentos da Maçonaria podem alcançar novos públicos, promovendo o desenvolvimento de virtudes como integridade, bondade e caridade em escala global. Essa disseminação ampla dos valores maçônicos pode contribuir para um mundo mais ético e compassivo, alinhando-se à missão de longa data da fraternidade de aprimoramento moral e melhoria da sociedade.
A fundação ou transição para lojas virtuais oferece várias vantagens notáveis. Em primeiro lugar, melhora a acessibilidade. As lojas maçônicas tradicionais exigem presença física, o que pode ser uma barreira significativa para membros que vivem em áreas distante ou têm dificuldades de locomoção. As lojas virtuais eliminam essas restrições geográficas, permitindo que membros de todo o mundo participem de reuniões e rituais de suas casas. Além disso, as lojas virtuais proporcionam uma agenda de reuniões conveniente. Os membros não precisam mais ajustar drasticamente suas vidas pessoais e profissionais para participar das reuniões da loja. Essa flexibilidade pode levar a taxas de participação mais altas e a um envolvimento mais ativo dos membros, já que podem se juntar às reuniões em horários que lhes são mais adequados. A eficiência de custos é outra vantagem significativa. Manter uma loja física envolve despesas consideráveis, incluindo aluguel, utilidades e manutenção. As lojas virtuais reduzem drasticamente esses custos, permitindo a alocação de recursos de maneira mais eficaz, como investir em programas educacionais ou atividades beneficentes. Essa eficiência financeira pode fortalecer o impacto geral do trabalho da loja.
Um dos argumentos mais convincentes para as lojas maçônicas virtuais é seu potencial de alcance ampliado. As lojas tradicionais são limitadas por suas localizações físicas, frequentemente restringindo a membresia a indivíduos locais. As lojas virtuais, no entanto, podem transcender essas limitações, atraindo membros de diversas origens e culturas. Esse alcance global promove uma troca mais rica de ideias e perspectivas, enriquecendo o tecido intelectual e cultural da fraternidade. A conectividade internacional proporcionada pelas lojas virtuais também facilita a formação de uma comunidade maçônica verdadeiramente global. Os membros podem interagir com irmãos de diferentes países, aprendendo sobre várias tradições e práticas maçônicas. Essa conectividade não só amplia a compreensão dos membros sobre a Maçonaria, mas também promove a unidade e a fraternidade em escala global, reforçando os valores fundamentais da fraternidade.
Por outro lado, uma das principais preocupações em relação às lojas maçônicas virtuais é a preservação da integridade ritualística. Os rituais maçônicos são profundamente simbólicos e tradicionalmente realizados em um ambiente físico, o que levanta questões sobre a eficácia de suas contrapartes virtuais. No entanto, com os avanços na realidade virtual e nas plataformas digitais, é possível criar experiências rituais imersivas e significativas online. As lojas virtuais podem usar tecnologia sofisticada para replicar os aspectos sensoriais e emocionais dos rituais, garantindo que o significado espiritual e simbólico seja preservado. Além disso, a adoção de uma abordagem participativa no desenvolvimento de diretrizes para rituais virtuais pode aumentar a aceitação e adesão entre os membros. Ao envolver os membros no processo, as lojas virtuais podem criar normas que equilibram tradição e inovação, garantindo que a essência dos rituais maçônicos seja mantida enquanto se aproveitam os benefícios de um formato digital.
A criação de lojas maçônicas virtuais representa um passo progressivo para a fraternidade, mesclando tradições antigas com tecnologia moderna. As vantagens das lojas virtuais - maior acessibilidade, flexibilidade, eficiência de custos e alcance ampliado - tornam-nas uma adição atraente ao panorama maçônico. Ao aproveitar plataformas digitais, as lojas virtuais podem sustentar e espalhar valores maçônicos de maneira mais eficaz, promovendo uma comunidade global unida pelos princípios de irmandade, igualdade e aprimoramento moral. À medida que a Maçonaria continua a evoluir, as lojas virtuais oferecem uma avenida promissora para garantir que seus ensinamentos permaneçam relevantes e acessíveis em um mundo cada vez mais interconectado.
Irmão Antônio do Carmo Ferreira
De sobra são as razões para que todos nós estejamos preocupados com a situação em que se encontram a educação e o ensino no Brasil. Defeitos que se acumularam ao longo do tempo e que, ora, mais se agravam frente à velocidade com que o conhecimento avança em nossos dias no mundo em desenvolvimento, sem que tenhamos as condições de acompanhá-lo.
Não somente o homem sofre na ausência de sua capacitação para ser absorvido no mercado de trabalho, mas também o progresso não consegue evoluir, não pela inexistência do capital e sim pela fragilidade do trabalho.
Culpa-se o nível da educação como principal responsável pela falência na escolha dos governantes que eleitos mantêm o povo assim sem a visão suficiente para descobrir a enganação de que são vítimas. Ao homem brasileiro é necessário e urgente dar-lhe o direito à cidadania. Tirar-lhe a trave que inibe sua visão da realidade. Afastar- lhe "da ignorância que é a mãe de todos os vícios".
Para isto, a melhora na qualidade do ensino se impõe como decisão inadiável. Pois não bastou colocar na Constituição que a educação é um direito de todos. É preciso oferecer as condições para isto. Não só da parte do governo, facultando os meios, mas também da obrigação das famílias, de levarem seus dependentes à escola. A omissão, em ambos os casos, deverá ser denunciada e seus agentes punidos severamente. Trata-se de um crime contra a nação, em que se obstaculiza seu desenvolvimento e a consecução do bem estar de todos.
Nascemos para as coisas excelentes ("ad majora natus sum"). De Deus, somos imagem e semelhança. Templo de Deus como asseguram os Evangelhos. O negócio é não esperar que o "maná" volte a "cair em cada amanhecer". Agora, a sua elaboração corre por nossa conta. "Triste não será vir a saber que alguém não teve o que comer no deserto. Triste mesmo será morrer de fome em Canaã". (José Américo, em A Bagaceira)
Estávamos discutindo o II Plano Nacional de Educação. Rubens Franz era o Presidente da COMAB. Vejam o que ele disse: "Ao tomarmos posse na Presidência da COMAB, submetemos à consideração da sua Assembleia Geral o programa de atividades que nortearia nossa administração, nela incluindo, com destaque, o tema MELHORIA DA EDUCAÇÃO". Rubens viajou a Brasília e apresentou às maiores autoridades do governo federal de então as sugestões da COMAB. Sou testemunha.
O PNE é uma obrigação constitucional. O II PNE exaure sua vigência no mês de junho. Encontra-se em discussão na sociedade a redação inicial do que o Governo Federal pretende apresentar ao Congresso Nacional, como projeto do III Plano Nacional de Educação, para vigência num período de dez anos.
Sabido de todos, esse projeto está em discussão no seio da sociedade brasileira. E já começam a vir, de representantes de várias instituições, gritos de alerta sobre pleitos de inclusão de dispositivos que laboram em desfavor de nossos bons e tradicionais costumes. A Maçonaria tem por que se inquietar com esses "sonhos modernosos", dado que professa "amar a Deus sobre todas as coisas; amar o próximo; honrar a pátria; e dignificar a família". E os "sonhos modernosos", não.
Nossa luta será sempre no sentido de "tornar felizes as pessoas" e que o homem seja "livre e de bons costumes", objetivos que requerem muito esforço para sua execução, mas que decerto não faltará a firmeza de nossos compromissos, pois "o que em um homem comum seria uma qualidade rara, não passa, no Maçom, do cumprimento dos seus deveres".
Ventos ao Porto
Mais uma tarde diante da imensidão do mar, uma tarde clara de inverno, semelhante a um dia comum de verão, uma condição natural de quem vive em um país tropical. Nasceu desse momento um convite a pensar nos ventos, nas ondas que levam a um "porto seguro".
Um convite a refletir, a imaginar a condição de um veleiro que, em alto-mar, se depara com uma corrente de vento favorável ao porto. Com essa imagem, essa ilustração em mente, condicionamo-nos à etimologia da palavra "oportunidade".
Quando pensamos na oportunidade, inclinamo-nos a imaginar qualquer coisa ou situação que se apresenta de modo a cativar nosso interesse, inspirando-nos ou até despertando algo em nós que induz ao falso brilho do tesouro à nossa frente. E se estivermos atentos, um alerta se acende: "Nem tudo que reluz é ouro!" - assim evoca o pensamento lúcido, a nossa consciência.
Contudo, é importante considerarmos a Lei do Ritmo, a quinta Lei Universal, segundo os pensamentos herméticos, dos quais podemos considerar nesta síntese:
"À medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação”.
Assim, voltamos a refletir mais uma vez sobre o termo "oportunidade", considerando sua etimologia. A palavra tem suas raízes no latim "opportunitas". Este termo latino é composto por duas partes: "ob", que significa "para", e "portus", que significa "porto". Originalmente, "opportunus" referia-se a algo que estava a favor do porto, como ventos favoráveis que ajudavam os navios a entrarem no porto com segurança.
Sim, a oportunidade é uma condição segura e regida pelas leis naturais, por algo que está para além de nossas condições; porém, pode ser previsível e criada. Embora seja facilmente confundida com desafio, a oportunidade é uma condição segura e não desafiadora. É um presente natural ou construído pelas ciências que dominamos.
Voltamos ao veleiro, e nos colocamos diante da forte corrente; assim entenderemos os desafios. Mas, quando a condição dos ventos nos direciona para longe do mar revolto e nos aponta uma condição tranquila em direção ao porto, aí está a oportunidade. Ela surge em meio aos desafios, quando estamos velejando em direção aos nossos objetivos e longe da inércia, pois o baú de tesouros dificilmente está na superfície das águas ou exposto sobre as areias da praia.
Contudo, cá, com os pés nas areias da praia de Jacaraípe, enxergo a oportunidade da reflexão, algo inerente ao tema. Sinto de forma antológica a condição da oportunidade. Portanto, a superfície dessas palavras e a "migalha" do banquete servem de modo natural, um singelo olhar diante da condição que compartilho o pensamento.
A oportunidade está em cada verso do universo, em um ritmo natural quase espiritual. As leis compensadas nos levaram até o momento propício, até o porto.
Jacaraípe, 29 de Junho de 2024.
“A
“SINAIS E TOQUES”
Nossa Comunicação Internacional
“Essa nossa comunicação Internacional, não é de pouco valor”.
Falam numa linguagem universal e funcionam como um passaporte para a atenção e auxílio do Iniciado, em todas as partes do mundo.
Não podem ser perdidos enquanto estiverem na memória.
Se aquele que os conhece estiver expatriado, naufragado ou feito prisioneiro, mesmo despojado do que possui, resta-lhe estas credenciais que podem ser usadas conforme as circunstâncias.Os grandes efeitos que produziram podem ser determinados nos acontecimentos mais notáveis da história.
Com eles se podem deter a mão que iria tirar a vida de um Irmão; com eles se amenizam as durezas de uma tirania; com eles se mitigam os horrores de um cativeiro, se dominam os ódios da maldade e se derrubam as barreiras das inimizades políticas, e as loucuras do sectarismo.
No campo de batalha, na solidão das florestas virgens ou no burburinho das grandes cidades, fizeram com que homens dos sentimentos mais hostis, das mais diversas religiões, e das mais diversas classes, corressem a ajudar uns aos outros, e sentir a alegria da satisfação de ter podido auxiliar outro Irmão Maçom".
HUMOR
“CARTA DO GOTEIRA CAIPIRA”
- Cumpadi Zé, perciso te contá uma istória;
- Tava eu noite dessas procurando uma loja pra cumpra seu presente de natar, quando encontrei um préidão tudo aceso, cheio de gente bem vestido.
- Eta turma boa! Preguntei pra eles:
- Aqui é loja de pedreiro?
- Ao invés de resposta, só foi abraços.
– Num sei quem tinha contado pra eles que eu sou mecânico, purquê
todo mundo perguntava onde era minha oficina.
– Loja bonita aquela cumpadi, tinha quadros, tapetes, ventiladores, ar condicionado, até livro de visitante que percisava assiná.
– Gozado que com aquele calorão todo que fazia, eles num tinha termômetro, mas queriam saber lá no livro quantos graus eu tinha.
– Devia tá fazendo mais de 30, então, sapequei no Livrão, Grau 33.
- Acho que acertei na mosca, purquê todo mundo me abraçava bastante.
– Dispois, todo mundo entro pro salão onde tava as mercadorias.
–Tinha cunhé de pedreiro, tinha prumo, tinha nive, tinha esquadro, alavanca, cumpasso, régua e até pedra.
– Tinha tumbém, mesas e cadeiras que não acabava mais.
– Algumas dessas mesas divia tá com a tampa solta, purquê os cara pegaro uns martelinhos e começaro a bater nelas.
– Até a porta estava empenada, porque um sujeito começou a bater nela com um espeto.
– Dispois pensei que um individuo lá era cego.
– Dispois queria saber que hora era.
– E teve até um esprito de porco que respondeu para ele que era meio dia em ponto, e mesmo tando dinoite ele acreditou.
– Dispois, um outro sujeito foi pro meio da sala e começou a ler um Livro Grande e reclamou de um ta de Abrão que tinha feito um estrago danado com um óio.
- Disse que ele tinha derramado o tal óio sobre sua cabeça, suas vestes e até sobre a barba, fazendo uma bagunça danada.
– Pelo jeito que dissero, o tá do óio era precioso, e pensei até que ele era de oro.
– Cumpadre, fiquei sabendo que o sinhô é muito querido lá naquela loja.
–Teve uma ora que tomo mundo só gritava: U Zé, U Zé, U Zé.! – -
- Eu guentei firme.
–Novamente o cara que era mentiroso perguntô outra vez que ora era.
– Um outro sujeito mentiroso disse que já era meia noite em ponto.
–Quase que eu perdi as estribeiras, purquê ele tava mentindo, não era mais que deis horas.
– Continuei guentando mais um tempão, um monte de besteira que eu não cumprendia nada, até que veio outro sujeito recolher umas tár de propostas com uma saculinha.
–Foi aí então que eu sapequei a minha proposta. Dava cinqüenta mireis naquela coroa pindurada lá em cima, toda enroscada.
– Sabe cumpadi, aquele cara lá de cima, tava era se fazendo de cego, quando ele leu minha proposta.
–Acho que fui munheca demais; pudia ter oferecido mais um tiquinho de dindim. Ele achou pouca a minha proposta.
– Eu pensei que tudo estava justo e perfeito. Por isso, inventaram que estava chovendo, e que tinha goteira dentro da Loja, e então me botaram no oio da rua.
- Cumpadi, num entendi nadica de nada!
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“CHUMBO TROCADO NÃO DÓI…”
Em certa cidade muito populosa, um sacerdote excomunga em sua missa de domingo, o Diretor de um Jornal local por ele ser Maçom.
Em sua primeira edição semanal, o Jornal publica que a Maçonaria expulsou de sua Loja, o tal sacerdote.
Este, fervendo de raiva inquire ao Jornalista, dizendo que não poderiam expulsá-lo da Loja, porque ele nunca fora Maçom, ao que o Jornalista responde que ele como Sacerdote, também não poderia excomungá-lo da Igreja, posto que também ele nunca fora Católico.
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CUNHADA RENINTENTE
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O CAVALEIRO DA MÃO NO PEITO
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GENTE MUITO FAMOSA E O QUE ELAS PENSARAM A RESPEITO DE DEUS.
O presente trabalho, de autoria do dedicado escritor WALMIR DAMIANI CORRÊA, criador do site evangélico www.elevados.com.br, Nele traduziu depoimentos dados por pessoas famosas, para que possamos saber o quanto elas respeitam e acreditam na existência de Deus, o Criador de todas as coisas.
São pessoas que desempenharam invejáveis funções na Medicina, Astrologia, Filosofia, Literatura, Política, Esportes, Ciências, etc., durante toda história Mundial.
CONFISSÕES DE FÉ DE GRANDES CIENTISTAS MUNDIAIS EM RELAÇÃO A EXISTÊNCIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO”
AIKEN (1900-1977)
Howard Hathaway Aiken é considerado como o pai do cérebro eletrônico.
“A Física Moderna me ensina que a natureza não é capaz de ordenar a si mesma. O universo supõe uma enorme massa de ordem. Por isso, requer uma ‘Causa Primeira’ grande, que não está submetida à segunda lei da transformação da energia e que, por isso, é sobrenatural.”
AMPERE (1775-1836)
André-Marie Ampere, da França, foi o descobridor da lei fundamental da corrente elétrica, o Eletromagnetismo, destacando-se ainda como filósofo, cientista e matemático.
“Quão grande é Deus! E quão pequena é a nossa ciência que parece uma nano-pequenez!”
BACON (1561-1626)
Francis Bacon, da Inglaterra, foi político, filósofo, cientista, ensaísta, considerado como o fundador da ciência moderna.
“Deus não faz milagres para converter os ateus; Suas obras cotidianas bastam.” “Eu creio que a crucificação de Cristo tira os pecados dos homens.”.
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“INICIADO NO BERÇO!”
“CHEFE
Dois
Eles esfregam a
O
-
-
O
-
-
- Muito bem, eu quero
Moral da História:
“Deixe
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VOCÊ SABE O QUE É ISSO?
São assuntos que aprendemos no nosso dia a dia, mas que não acresce nem diminui nossos conhecimentos em nada. Conhecendo ou não, não faz a menor diferença.
São meras curiosidades sem nenhum valor cultural.
- Pra que serve o bolsinho da calça Levis? Pensava que fosse para guardar moedas ou chaves, mas, na realidade, ele foi criado para que os cavaleiros guardassem seus relógios de bolso.
- A origem da expressão O.K., tão utilizada nos nossos dias? Durante a guerra da Secessão, nos Estados Unidos, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhum soldado perdido, escreviam em uma placa imensa: “O Killed”, que significa “zero mortos”. Foi então que surgiu a expressão O.K., que quer dizer que “está tudo bem.”
- Sabe identificar se a lua é crescente ou minguante? Basta formar um arco com os dedos da mão esquerda. Se a lua estiver igual ao arco, é crescente. Por óbvio, se estiver na forma contrária, será minguante.
- As donas de casa da Índia possuem 11% de todo o ouro do mundo. Estima-se que os indianos possuam mais de 18 toneladas daquele precioso metal. É mais do que Estados Unidos, Suíça e Alemanha, juntos.
- A comida nos aviões não nos parece tão saborosa, porque o nosso paladar e o olfato são alterados, devido à baixa pressão e secura da boca.
- Todo mundo sabe que o ano bissexto ocorre de 4 em 4 anos, mas você sabe, sem olhar o calendário, se determinado ano é ou não bissexto? Basta olhar o número do ano e ver se ele é múltiplo de 4. Se for, com certeza será bissexto. Sabendo disso, podemos afirmar, com segurança, que os anos de 2024, 2028 e 2032 serão bissextos.
- Todos conhecem a expressão “fazer nas coxas”, mas você sabe qual a sua origem? Na época da colonização do Brasil, as telhas eram feitas de barro e o molde eram as coxas dos escravos. Alguns tinham coxas mais finas e outros mais grossa, então as telhas não ficavam uniformes, elas variavam conforme a espessura da coxa de cada escravo. Daí que surgiu a expressão “fazer nas coxas”, como sinônimo de fazer algo mal feito.
- Quando os conquistadores ingleses chegaram à Austrália, se assustaram ao verem animais estranhos que davam saltos incríveis. Imediatamente perguntaram aos nativos qual era o nome daquele bicho. O indígena repetia “Kan Ghu Ru”, e os ingleses adaptaram o nome do animal para o inglês, Kanguroo (canguru). Anos depois, alguns linguistas determinaram o significado, que era muito claro: os indígenas queriam apenas dizer: “Não te entendo” e não o nome do animal.
- Os ratos não vomitam.
- "J" é a única letra que não aparece na tabela periódica dos elementos.
- Os ursos polares são canhotos.
- Você pisca aproximadamente 25 mil vezes por dia.
- Os CDs foram concebidos
- Está provado que o cigarro é a maior fonte de pesquisas e de estatísticas.
- Os raios matam mais do que vulcões, furacões e terremotos.
- A barata consegue sobreviver por nove dias sem a cabeça antes de morrer de fome.
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SIGNIFICADO DAS COISAS”
“FRIGIR DOS OVOS”
Entretanto, a
Muito difícil de explicar, num
Pensando em
Mas só que depois de certo tempo dá crepe, e você percebe que comeu gato por lebre, e acaba ficando com uma batata quente nas mãos.
E
Já
Afinal,
Há
Há
O
Por
A
Se
Entenderam o
Ao final da Parte IX constou uma síntese daquilo que é o conteúdo do documento considerado mais antigo e mais importante da Maçonaria, o Manuscrito Régio ou Poema Régio. No entanto, esse tema poderá soar incompleto para alguns, se não fizermos nenhuma referência à Carta de Bolonha, que também é considerado o documento mais antigo. Na verdade, quando se trata de falar sobre os documentos antigos da Maçonaria, em muitos livros a Carta de Bolonha não é sequer citada.
O Manuscrito Régio é de 1390 e a Carta de Bolonha é de 1248.
Diante de tal constatação, não se pode deixar de sugerir aos leitores que procurem ler o artigo de autoria de Luc Boneville em tradução do Ir.’. José Filardo, intitulado “A Carta de Bolonha, de 1248 E.’. V.’.”. É dele que extraio a seguinte passagem:
“Tão importante documento tem sido incompreensivelmente ignorado pelos estudiosos da História da Maçonaria, por mais que as causas de seu esquecimento sejam óbvias, dado o empenho generalizado em ressaltar somente as origens inglesas da Maçonaria (Grifo meu!), e ainda assim foi publicado A. Gaudenzi no nº 21, correspondente a 1899, do Boletim do Instituto Histórico Italiano, titulando seu trabalho: “As Sociedades das Artes de Bolonha. Seus Estatutos e suas Matrículas.”
Agora, voltando ao Poema Régio: nesse poema, aparece o nome do rei Athelstan (924-939), o rei que teria convocado uma assembleia de maçons, na cidade de York (ano 926), com o objetivo de discutir e definir as regras e regulamentos que passariam a valer nos serviços relacionados ao ofício da Geometria (nome então utilizado para designar a arte da construção). Daí a Lenda de York ou Tradição de York.
Com relação à elaboração do Poema Régio, o mesmo teria sido escrito com base naquilo tudo que era ouvido nos canteiros medievais em meio ao dia a dia dos pedreiros construtores. Segundo o Ir.’. Ambrósio Peters, há uma teoria bastante aceita, por sinal, de que todos os manuscritos pertencentes ao terceiro e último dos grupos citados, são cópias de um único original. Esse original seria o Manuscrito Régio.
O que é curioso, no mínimo curioso, é esse comentário que extraí do verbete POEMA REGIUS do “Vade-Mécum Maçônico”, quanto à sua importância: “... é um ponto inicial a todos aqueles que preferem uma história mais científica.”
COMENTÁRIOS:
A palavra “científica” em qualquer dicionário, é tida como sinônimo das palavras: precisa, exata, rigorosa, que tem o rigor da ciência...
Não dá a impressão de que a “precisão” ou o “rigor científico” se adéqua melhor à Carta de Bolonha, a “Statuta et Ordinamenta Societatis Magistrorum Tapia et Lignamalis”, que foi originalmente redigida em latim, por um escrivão público cumprindo ordens do prefeito de Bolonha, no dia 8 de agosto de 1248, ao passo que o Poema Régio tem muito da sua natureza textual andando de mãos dadas com o fictício e o lendário?
Deixo a pergunta no ar.
Na sequência, veremos uma complementação sobre os manuscritos antigos, os quais, já de longa data, vem sendo estudados pacientemente pelos historiadores da Loja Quatour Coronati nº 2076, de Londres, visando revelar muitas das particularidades relativas aos regulamentos e aos costumes vigentes durante o período da Maçonaria Operativa.
MANUSCRITOS E ANTIGOS DEVERES
O Ir.’. Peters, considerou a existência de três grupos de documentos significativos para quem pretenda estudar a história da Maçonaria, que são os seguintes:
- as crônicas anglo-saxônicas da época dos reis anglo-saxões e dinamarqueses (do século IX ao XI).
- os manuscritos da época dos reis franceses e angevinos (do século XI ao XIV).
- os manuscritos dos Antigos Deveres (que tiveram o seu começo em 1389 com o Poema Régio)
Nos dois primeiros grupos os documentos seriam aqueles que são encontrados nos mosteiros, nas bibliotecas e nos arquivos públicos ingleses que, em conjunto com as antigas baladas e canções dos menestréis e jograis constituem a base para o estudo da história do Reino Unido da Inglaterra, além de ser uma das fontes mais genuínas para o estudo da história da própria Maçonaria Operativa. (Peters, 1999, pág.77)
No tocante ao terceiro grupo, antes dizer que, além do nome Antigos Deveres, ainda poderemos encontrar outros nomes pelos quais eles se tornaram conhecidos: Antigas Constituições Góticas, Manuscritos das Antigas Constituições, ou simplesmente, Old Charges.
Desses documentos, teriam chegado até os dias atuais a quantidade de 119, havendo autores que citam em torno de 130. É fato também, e isso foi contado pelo próprio Anderson na segunda edição dos seus Estatutos (1738), que uns 15 documentos foram queimados em 1720 por Irmãos que temiam que os manuscritos pudessem cair em mãos profanas.
Conforme o dicionário de Alec Mellor, havia um plano comum para esses documentos antigos, que assim era constituído:
1- Uma oração inaugural
2- Uma parte histórica
3- Uma parte deontológica(23), encerrada por uma oração final.
Estes detalhes somados às informações anteriores que constaram ao final da Parte IX, poderão dar-nos uma ideia mais aproximada do conteúdo dos pergaminhos.
Para ilustrar melhor, vejamos na sequência os comentários tecidos por Alec Mellor no que diz respeito ao conteúdo desses documentos:
“Neles encontram-se demonstrações de ‘geometria’, a qual é sinônimo de arquitetura, misturadas a relatos hagiográficos, entre os quais o mais típico é o dos Quatour Coronati, isto é, dos quatro bem-aventurados patronos da Franco-Maçonaria, martirizados no tempo de Diocleciano. Os ingênuos Autores medievais também neles celebram Euclides, ao qual concedem um mérito inesperado: o de haver introduzido a ‘ciência da geometria’ no Egito, donde ela foi levada à Inglaterra, durante o reinado do piedoso rei Atelstane. É claro que o Templo de Salomão é descrito e admirado, tudo isso misturado a considerações sobre as sete artes liberais, as duas Colunas, a Torre de Babel, Abraão, tudo com a mesma inocência.” (Mellor, 1989, pág. 197)
Devemos destacar também alguns trechos que podem ajudar-nos no sentido de desfazermos algumas concepções errôneas que acabaram se propagando com o tempo:
“Certas disposições têm um caráter disciplinar, e deve-se observar que as terríveis penas simbólicas prescritas pelo ritual moderno não são mencionadas. É, portanto, um erro qualificá-las de arcaicas. Foram inseridas, sem sombra de dúvida, no fim do período de transição, com um objetivo puramente psicológico. (...) Uma disposição particularmente interessante é a que impõe o segredo profissional, embrião do futuro segredo maçônico. Não há, naturalmente, qualquer referência aos sinais, palavras e modos de reconhecimento. (...) Como os operativos eram, geralmente, analfabetos, é certo que esses textos foram escritos por clérigos _ os quais já eram, em certo sentido, maçons aceitos _ e destinavam-se a serem lidos na loja.” (Mellor, ibidem)
COMENTÁRIOS:
A existência desses documentos reflete uma Maçonaria que já atuava com certa organização, além de que, eles serviriam de base para a futura Constituição.
Aliás, no artigo de Luc Boneville, citado anteriormente, o autor comenta o fato de que, Anderson disse ter redigido o texto das Constituições após consultar estatutos e regulamentos da Maçonaria Operativa da Itália, da Escócia e de muitas partes da Inglaterra. Numa revisão do texto da Carta de Bolonha, o autor diz que não restam dúvidas de que esse teria sido um dos documentos que foram analisados por Anderson.
A posse desses documentos (Old Charges), possibilita formarmos uma ideia a respeito da composição do imaginário maçônico do período, assim como, do funcionamento da Maçonaria Operativa, da evolução dos nossos Rituais, além de mostrar o quanto a Maçonaria Moderna a partir de 1717, veio a introduzir dessa cultura quando da criação dos seus Rituais, do quanto ela absorveu da Operativa em termos de simbolismo, especialmente quando nos remetemos aos instrumentos dos pedreiros e arquitetos. E claro, também das lendas bíblicas, dos ensinamentos ministrados por clérigos e monges ao longo dos séculos de convivência entre os religiosos cristãos e os Maçons.
MANUSCRITOS CONTENDOS OS ANTIGOS DEVERES E ORIGENS DA MAÇONARIA
Em um artigo de autoria do Ir.’. Kennyo Ismail, intitulado “Como a Maçonaria Operativa sucumbiu diante da Maçonaria Especulativa”, lemos:
“A Maçonaria, sendo antiga e ocidental, teve logicamente origem no Velho Mundo: a Europa. Documentos históricos como a ‘Carta de Bolonha’ (Século XIII), o ‘Poema Regius’ (Século XIV), os Manuscritos de ‘Cooke’ e ‘Estrasburgo’ (Século XV) e alguns outros confirmam essa teoria, apresentando a maçonaria Operativa, com suas cerimônias e Antigos Costumes, antes mesmo do descobrimento do Novo Mundo. Assim sendo, nada mais natural do que as primeiras Grandes Lojas terem surgido na Europa, nas primeiras décadas do Século XVIII.” (Ismail, 2012)
A história da Maçonaria Operativa ou dos Construtores, propriamente dita, se estendeu durante a Idade Média (século V ao XV) e a Renascença (século XV ao XVI). Pelo que se pôde apurar após tantas pesquisas e leituras, um ponto de partida que parece ser da aceitação da maioria dos estudiosos quando o assunto envolve as origens da Maçonaria, são os Colégios Romanos, sendo que, isso não elimina a hipótese de que não tenha havido anteriormente outras organizações, pois, tal como já vimos nos primeiros capítulos da série, já haveria resquícios de uma Maçonaria nos Mistérios Antigos, a exemplo dos Artífices Dionisíacos que eram seguidores dos Mistérios de Dionísio, etc. E alguns desses estudiosos optam por falar em uma Maçonaria Primitiva. No entanto, parece que é dos Colégios que emanou um conhecimento da arte da construção e que, suas influências acabaram se propagando para muitas daquelas organizações profissionais que vieram depois.
Quando o Império Romano do Ocidente ruiu, muitas das técnicas e segredos da arte da construção foram parar nas mãos dos monges e nos seus monastérios, como também já vimos.
E aqui voltamos a relembrar algo que foi dito lá no começo, e à esta altura continua a valer tanto quanto, mesmo depois de ter visto desfilarem várias organizações, aliás, todas elas podendo ser consideradas como raízes da Maçonaria: “Para obtermos a idade da Maçonaria, temos de distinguir a Instituição, dos seus conteúdos, estes sim, milenares, conforme alguns autores; eternos segundo outros...” (Rodrigues, 2000, pág. 26)
SOBRE A DECADÊNCIA DA MAÇONARIA OPERATIVA E A TRANSIÇÃO DA MAÇONARIA OPERATIVA PARA A ESPECULATIVA
Para o Ir.’. Kennyo Ismail, no seu artigo citado ainda há pouco, documentos muito antigos a exemplo da Carta de Bolonha (século XIII), podem provar que nessa época já havia uma convivência entre os maçons operativos e os especulativos, e que, quando da ocasião do surgimento da primeira Grande Loja (Inglaterra, 1717), das quatro lojas fundadoras, três delas estavam compostas por uma maioria de maçons operativos. Com referência a esse tipo de relatos, são muitos aqueles existentes que vem comprovar essa convivência entre os operativos e os especulativos praticamente ao longo de todo o século XVIII, o que traduzindo em números: algo em torno de 500 anos. Então vem a pergunta: o que aconteceu aos maçons operativos e porque desapareceram no final do século XVIII?
A conclusão do Ir.’. Ismail é a seguinte: A Maçonaria Operativa não terminou por causa da Especulativa e nem mesmo devido a um processo que poderia ser denominado de evolução cultural. A Maçonaria Operativa teve seu fim decretado, a partir do momento em que começou a Revolução Industrial. Houve uma mudança drástica ocorrida no processo produtivo, a qual envolveu a invenção das máquinas e o surgimento das indústrias. Esses seriam os reais motivos que puseram fim à era em que a produção manual era baseada nas guildas, pois, o trabalho que era essencialmente manual foi sendo substituído pelas máquinas. Isso começou na Inglaterra e logo se espalhou pela Europa, assim a demanda por mão de obra industrial nas cidades provocou um grande êxodo rural e o consequente abandono dos ofícios que eram naturalmente artesanais e manuais. Na França, chegaram a ser adotadas por parte do governo, medidas de proibição dirigidas aos mestres e companheiros, operários e aprendizes, os quais ficaram proibidos de formar associações ou até assembleias, além de terem sido suprimidas também quaisquer confrarias que tivessem sido estabelecidas tanto por mestres dos corpos e comunidades, ou ainda, pelos companheiros e operários das artes e ofícios, o que foi assim disposto no “Recueil Général des Anciennes Lois Françaises, 1774-1776”. (Ismail, 2012)
Claro, há outros fatores que vão pesar também para o declínio da Maçonaria Operativa.
O Ir.’. Trevor Jenkins, em seu artigo “As Raízes da Maçonaria” escreveu que, a Maçonaria Operativa propriamente resistiu até meados do século XVI. A partir daí foi dando lugar, gradualmente e eventualmente à uma forma especulativa de Maçonaria que acabou predominando no começo do século XVIII.
Ainda nesse mesmo artigo, o Ir.’. Jenkins escreveu a respeito das mudanças ocorridas no decorrer dos séculos XV e XVI. Durante o reinado de Henrique VIII, houve a dissolução dos mosteiros em 1536 e em 1539, o que produziu sérios efeitos do ponto de vista econômico, já que, as construções de grandes mosteiros foram suspensas e no tocante às igrejas foram introduzidas técnicas onde havia menos ornamentações.
A partir daí, o número de membros das lojas operativas diminuiu, o que consequentemente deu razão e encorajou a adesão dos não-maçons, ou seja, o início da transição das lojas operativas para as lojas maçônicas especulativas.
COMENTÁRIOS FINAIS:
Podemos dizer, após ter chegado até aqui, que a Maçonaria tem raízes muito profundas. A história da Maçonaria compreende, como pudemos comprovar, a contribuição de várias influências e contribuições do ponto de vista simbólico e filosófico de muitos povos, alguns deles da antiguidade.
A Maçonaria Operativa, por sua vez, tem um legado durante a sua formação que vai remeter àquelas muitas agremiações que floresceram principalmente durante a Idade Média, em países europeus: dos Colégios Romanos e seus procedentes galo-romanos, italianos e bizantinos e seus descendentes medievais, das associações monásticas com suas várias ramificações e das confrarias laicas, associações e guildas.
Da Inglaterra vieram à luz os registros mais antigos, começando pelas crônicas anglo-saxônicas e depois uma série de manuscritos medievais, as Old Charges.
Dizermos que a Maçonaria tem suas origens nos construtores de catedrais da Idade Média parece soar um tanto reducionista, pois, quando podemos obter um maior conhecimento a respeito das tantas agremiações de construtores e de artesãos que perpassaram ao longo da história e não somente construíram catedrais, com base nisso, até poderíamos dizer que a Maçonaria tem ou guarda em seu seio várias origens.
E não existiam associações trabalhando com a arte da construção simultaneamente em países diferentes?
Podemos viajar muito longe no passado na tentativa de buscar as origens da Maçonaria, e não temos como precisar datas visando ajustar o painel da nossa máquina do tempo, a partir de um determinado período. O que temos, quando se trata de falar da Maçonaria em um período anterior àquele do que foi relatado em documentos, as Old Charges, são hipóteses baseadas em relatos muito antigos em obras em sua maioria dispersas.
Se não existem verdades absolutas, isso tudo que foi dito poderá ser revisto... Gosto da ideia de que um Maçom deva possuir esse conhecimento básico a respeito de um tema tão interessante quanto este, pois, surgindo um fato novo colocar mais um tijolo não é difícil. Além do mais, parece que no que se refere aos Colégios Romanos e aos lugares onde conseguiram chegar, assim como, às associações monásticas e sua expansão, fica sempre a sensação de que ainda poderiam surgir dados novos sobre as suas ligações com a Maçonaria Operativa.
Dizer que a história da Maçonaria no referente às suas origens se perde na Idade Média ou na Antiguidade é como usar um pouco da metáfora do iceberg de Sigmund Freud para a mente humana, onde o consciente é a ponta e o inconsciente a parte submersa. O quanto da história da Maçonaria representa a parte submersa?
Aprecio e tenho em mente sempre o tipo de questionamento aquele desenvolvido pelo matemático e filósofo norte-americano Willard Van Orman Quine (1908 – 2000), que um dia argumentou que, se for útil, devemos abandonar a crença em verdades que nos são caras, do tipo 1+1=2, ou seja, as verdades devem ser revistas e, ao contrário dos diamantes, nenhum conhecimento é para sempre. (Turnbull, pág. 160, 2001)
NOTAS:
deontológica(23): relativo à deontologia que é a ciência dos deveres morais, em especial os deveres que são inerentes à determinadas profissões. (fonte: Dicionário Online de Português)
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
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“A Organização da Vida Monástica e a Expansão Beneditina” - artigo de autoria do Pe. Inácio Medeiros – disponível em: a12.com/redaçãoa12/historia-da-igreja
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“As Raízes da Maçonaria” – artigo de autoria do Ir.’. Trevor Jenkins, na Pietre-Stones Review of Freemansory. disponível em: www.freemasons-freemasonry.com
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“Maçonaria Operativa: dos Colégios Romanos aos Mestres Comacinos (Parte 2) – Artigo de autoria do Ir.’. José Ronaldo Viega Alves – disponível em: bancadosbodes.com.br/categoria/revistas/retales-de-masoneria – nº 132-Junio 2022
“Maçonaria Operativa: Cluny, cistercienses e a Escola de Hirsau (Parte 5) – Artigo de autoria do Ir.’. José Ronaldo Viega Alves – disponível em: bancadosbodes.com.br/categoria/revistas/retales-de-masoneria - nº 135 - septiembre 2022
“Marco Túlio Cícero” – disponível em: pt.wikipedia.org
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“Misticismo & Maçonaria” – artigo de autoria do Ir.’. José Filardo, publicado na Revista Arte Real, nº 51 – Edição especial – Disponível em: arlsliberdadeeuniao.files.wordpress.com
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“Os Colégios Romanos de Numa Pompílio: precursores da Maçonaria Operativa?” artigo de autoria do Ir.’. José Ronaldo Viega Alves – disponível em: bancadosbodes.com.br/categoria/revistas/retales-de-masoneria - nº 100 - octubre 2019
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“Regra de São Bento” – disponivel em: mundoeducacao.uol.com.br
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ASLAN, Nicola. “História Geral da Maçonaria – Período Operativo” – Gráfica Editora Aurora Ltda. 1979
ASSIS CARVALHO, Francisco de. “A Descristianização da Maçonaria” - Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 1997
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DIETRICH, L.J.; FRIZZO, A.C.; KAEFER, J.A; MARQUES, M.A; NAKANOSE, S. “Uma História de Israel Leitura Crítica da Bíblia e Arqueologia” – Editora Paulus - 2022 – 1ª Edição
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GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite (Vade-Mécum Maçônico) – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. - 2ª Edição
HAYWOOD, H. L. “Capítulos de História Maçônica e Manuscritos Antigos” – Edição José Filardo – 2022
GOULD, Robert Freke. “História Concisa da Maçonaria” – Tradução e edição José Filardo – 2022
JOHNSTONE, Michael. “Os FRANCO-MAÇONS – O livro ilustrado da Antiga Confraria” – Madras Editora Ltda. 2010
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RODRIGUES, Raimundo. “MAÇONARIA Filosofia & Doutrina” – Edições GLESP – 2000
TURNBULLl, Neil. “Fique por dentro da Filosofia” – Editora Cosac & Naify - 2001
Ai que saudades das terças-feiras de antes. Dia de sessão na Loja, só à noite, mas o coração mostra-se diferente logo pela manhã. Para uns, mera ansiedade; para outros, chega a dar uma aceleração no peito, estilo motor de Fiat 147 aquecendo com o afogador puxado. A cunhada, diante da inquietação do marido - que se repete britanicamente no mesmo dia da semana - não perde a oportunidade de cutucar o coitado: "O que que tem lá de tão bom, assim? Nunca vi, toda terça você fica que nem pinto no lixo!"
Hora de engolir o sapo, conter a agitação e tocar em frente, aguardando o fraternal e caloroso reencontro com os Irmãos. Afinal, sequer seria possível tentar traduzir, em palavras, tantos e tão intensos momentos de alegria da alma. Antes da sessão, cumprimentar os Irmãos é algo simplesmente especial. O sorriso no rosto de cada um é contagiante e afasta qualquer agrura externa. É o abraço de urso dado pelo gigante (de coração maior ainda), que te faz tirar os pés do chão, literalmente. É a mesma piada, feita pelo pândego de sempre, indagando se o Irmão com balandrau amassado tirou o traje da garrafinha de Coca-Cola. É o ósculo respeitoso distribuído, sem miséria, em sinal de paz e fraternidade. É o Mestre de Cerimônias fazendo mágica para organizar a sessão nos mínimos detalhes, inclusive pegando de supetão os novos Mestres, para que debutem em cargo de efetivo trabalho ritualístico. É a conversa com o decano da Loja, que sempre chega antes de todos e tem na manga várias histórias das boas para compartilhar com entusiasmo. É o burburinho da sala dos passos perdidos, quando já se amontoam os Irmãos paramentados que, a essa altura, já não dão conta de saudar um a um, mas não deixam de fazê-lo com os olhos e com um leve curvar de cabeça, dando o recado de que, no ágape, o abraço e o papo serão certos. É, enfim, a vă tentativa de silenciar a emoção dos últimos conversadores do fundão, para viabilizar a entrada no Templo. Vai explicar tudo isso...
Durante a sessão, muda o clima, intensifica-se a emoção e a recompensa da alma vem em doses cavalares. O Mestre de Harmonia escolhe, sem dó nem piedade, a batida melódica certa para a transcendência do pensamento, de forma ritmada com os passos da marcha de entrada. O piso mosaico hipnotiza. A abóbada celeste nos conduz à imensidão do universo, de forma distante dos limites materiais da vida profana. É possível visualizar as energias dos Irmãos convergindo para um centro comum de vibração, que retroalimenta a todos em tempo real. Com a leitura do Livro da Lei, a voz única do Irmão Orador ganha penetração espiritualizada e cala fundo no semblante daquela assembleia de Maçons. E por aí segue a nossa montanha russa de emoções.
Quando a ritualística acaba, a sensação é de que todas as energias foram restabelecidas. Lembra o River Raid, do antigo Atari, quando conseguimos percorrer toda a fase do jogo em nosso aviãozinho, atirando nas adversidades (navios, helicópteros, etc.) e, ainda assim, saímos com o tanque cheio, dado o aproveitamento de todos os pontos de "fuel".
O ágape, organizado carinhosamente pelo Mestre de Banquete, poderia sugerir o fim dos trabalhos daquele dia. Ledo engano! Come-se e bebe-se bem, sem dúvida! Isso, porém, é apenas o cenário que dá azo a uma ebulição da fraternidade, troca de conhecimentos, conversas sobre amenidades, trabalho, família e a própria Ordem.
Realmente, tentar explicar tudo isso para as cunhadas - sem qualquer demérito a estas - seria uma missão impossível. Tem coisas que só quem sente na pele e vê com o coração compreende.
Eis que, de súbito, ficamos todos privados de tanta felicidade. Uma pandemia tirou nosso chão e reduziu nossas sessões presenciais a encontros virtuais informais. Foi um balde de água fria jogado pelo universo. As motivações disso tudo suplantam a nossa capacidade imediatista de razão e reflexão.
Sofremos, agora, de abstinência. Tal como "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, a distância e a saudade "do nosso planetinha de antes" traz a medida mais precisa do real valor e importância do que tínhamos na mão, de forma graciosa e ordinária.
O principezinho da literatura (infantil, dizem alguns com desdém) resolveu abandonar seu asteroide, que era pouco maior do que ele próprio, onde sua vida era tratar dos três vulcões (um deles extinto), arrancar os baobás (plantas más, que podiam perfurar o planetinha com suas enormes raízes) e tratar de sua única e vaidosa flor. Mas talvez possamos aprender a enfrentar nossa crise real, com as lições da viagem interplanetária daquele simpático personagem mirim.
A raposa ensinou ao Pequeno Príncipe que para cativar alguém é preciso ritos. Explicou que "se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começo a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. As quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos." Quem sabe seja essa a explicação da batedeira no peito, desde a manhã, nos dias das ritualísticas em nossas Lojas. É o nosso coração preparando-se para ser cativado!
O Principezinho, antes descontente com sua única rosa, abandonou seu pequeno planeta e, tendo visitado outros, encontrou na Terra um jardim com milhares delas. Percebeu, então, a diferença entre a unidade que cuidava com o coração e o que, agora, lhe aparecia em abundância diante dos olhos. Após constatar que os homens, mesmo cultivando aquele jardim com cinco mil rosas, não achavam o que procuravam, arrematou: "Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração..." Realmente nossa fraternidade Maçônica extrapola à cegueira dos olhos. A entrega viabilizada pelos dotes do coração - faz com que um conjunto de pessoas, princípios e ritos tornem-se uma unidade coesa, um bem comum de valor inestimável. Assim agem os Maçons: enxergam com o coração!
O Pequeno Príncipe, decidido a voltar ao seu planetinha e a rever sua flor, valeu-se da promessa e do veneno serpente, justificando ao seu novo amigo da Terra suas razões: "Tu compreendes. É longe demais. Eu não posso carregar esse corpo. É muito pesado". Mas, alegremo-nos. De nossa parte, o retorno dar-se-á de modo diverso, menos penoso, recheado de alegria e sob as bênçãos de São João, nosso Padroeiro.
Difícil saber se tamanha coragem do Principezinho rendeu-lhe, mesmo, o esperado retorno ao seu lar distante. Isso, na verdade, depende da fé e da imaginação de cada leitor. O fato é que nosso regresso maçônico aos Templos e esse sim virá - será breve, feliz e potencializado pela saudade.
E, para o reencontro vindouro, lembremo-nos da lição dada pela raposa ao Pequeno Principe: "Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem como o coração. O essencial é invisível para os olhos".
Referências SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. 9'' ed., Rio de Janeiro: Agir, 1962. p. 71.
Op. Cit., p. 83.
Op. Cit., p. 91.
Op. Cit., p. 74.
Por Frederico G. Costa (*)
Imagine um lugar onde a mente e a justiça são o foco. Imagine um tribunal de justiça ou conselho, célebre pela honestidade e retidão no juízo, que funcionava a céu aberto no outeiro de Marte, na antiga Atenas, desempenhando papel importante em política e assuntos religiosos. Esse lugar tem nome. Chama-se: Areópago!
Antigamente, o Areópago ocupava um lugar especial na geografia de Atenas e no coração dos atenienses. Estava situado num cimo rochoso de Atenas, em frente da Acrópole. Creditavam-lhe uma fundação divina. Reza a mitologia que ninguém menos do que a deusa Atena, a deusa protetora da cidade, escolhera os seus primeiros juízes, "atados por um grande juramento" compondo "um augusto tribunal", tornado por ela perpétuo (Chagas, 2021). O sítio é memorável pelo fato de ali reunir-se o senado do Areópago, a mais antiga e venerável das academias de Atenas. Por volta do ano 50 da era cristã, filósofos epicureus e estoicos que discutiam com o apóstolo Paulo o levaram ao Areópago para que lhes contassem a respeito de sua nova doutrina. Ali ele proferiu seu famoso discurso no Areópago, um dos primeiros textos em que se trata diretamente da relação entre gregos e cristãos. O discurso é emblemático, pois representa o primeiro encontro entre filosofia grega e fé cristă no interior do Novo Testamento.
Com esse cenário em mente, agora imagine uma cidade no interior de Pernambuco, que faz fronteira com o sul da Paraíba. Imagine essa cidade no final do século XVIII. Esta cidade tem nome: Itambé. O nome Itambé é de vocábulo indígena, significando "Pedra Afiada" ou "Pedra de Amolar", que foram usadas em isqueiros, onde, posteriormente, também, teve a denominação de "Pedras de Fogo", nome, aliás, que é conhecida a localidade paraibana, que lhe fica ao norte, cujas ruas são contiguas as da cidade de Itambé.
E qual a relação entre o Areópago lá de Atenas com a pequena Itambé, em Pernambuco? Quis a história que o ponto de convergência entre eles fosse o Sr. Manuel Arruda da Câmara. Nascido em Pombal, na Paraíba, Manoel entrou como noviço no convento dos carmelitas calçados de Goiana, em 1783, adotando o nome de Frei Manuel do Coração de Jesus. Depois foi estudar em Coimbra, Portugal, de onde o expulsaram por ser liberal demais. Então, foi estudar em Montpellier, na França, onde se enfronhara nos mistérios da medicina, das ciências naturais e da política. E, tendo acompanhado de perto a grande Revolução Francesa de 1789, voltou para o Brasil, três anos depois, com a cabeça cheia de sonhos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Quando Manuel Arruda da Câmara chegou ao Brasil não se conformou com o quadro de injustiça social reinante e apressou-se em trabalhar visando combater, sobretudo, em favor das famílias mais humildes, maiores vítimas do sistema patriarcal. Alertado, porém, pela experiência vivida em Portugal, ele teve sabedoria e paciência para não se expor novamente, para não revelar seus sonhos a quem não devia, naquela terra de gente analfabeta, fanaticamente religiosa e regida pela mão de ferro da coroa portuguesa (Fundação Biblioteca Nacional, s.d.).
O clima de descontentamento no Brasil perante a mão de ferro do Império Português permitiu a difusão de ideias políticas iluministas e liberais, que já haviam norteado movimentos como a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. O contato com essas ideias dava-se por intermédio dos alunos que iam estudar na Europa ou em seminários religiosos, como o Seminário de Olinda, e também por intermédio das Academias e da Maçonaria. As ideias libertárias foram progressivamente aceitas pela elite dominante da época que, por esse espírito, via surgir uma motivação política capaz de promover-lhe a liberdade da dominação portuguesa, mas mantendo os direitos e privilégios da ordem colonial.
Inspirado por todos esses fatos e fatores, e para ter campo de troca de ideias e articulação política, Manuel Arruda da Câmara fundou, em 1796, em Itambé, o Areópago de Itambé, sociedade Maçônica que abrigava intelectuais da Paraíba e de Pernambuco. Com ideias avançadas, lutando pela igualdade das classes, o Padre Arruda Câmara foi, talvez, no Brasil, um dos precursores da ala progressista. Dizem os historiadores que do Areópago que fundou foi de onde tramaram a Revolução de 1817. No citado ano, eclodiu na Capitania de Pernambuco um dos mais importantes movimentos revolucionários do período colonial brasileiro: a Revolução Pernambucana.
De cunho emancipacionista, teve, entre suas causas, a crise econômica que atingia diretamente o comércio, a forte seca que assolava a região e as despesas e exageros da Corte recém-chegada ao Rio de Janeiro, que obrigava o Governo de Pernambuco a pagar pesados impostos para custeá-la.
Influenciado pelas ideias iluministas, disseminadas principalmente pela Maçonaria e pelo Seminário de Olinda, o movimento ultrapassou a fase conspiratória e chegou a tomar, de fato, o poder, estabelecendo um Governo Provisório e buscando apoio de outras províncias. Após cerca de 75 dias, chegou ao fim, depois de sofrer dura repressão. Apesar de sua curta duração, deixou evidente o enfraquecimento do sistema colonial, que viria mais tarde a ser percebido em outros movimentos, culminando na Proclamação da Independência, em 1822.
Voltando a iniciativa de Manuel Arruda da Câmara, vale ressaltar um importante detalhe: Em sua fundação, o Areópago de Itambé era uma "sociedade maçônica" e não uma Loja Maçônica oficialmente constituída. Tinha orientação maçônica baseada em Lojas francesas, por isso não se pode dar ao Areópago de Itambé nenhuma filiação maçônica nacional, pois ela é uma "protomaçonaria" com rito estabelecido diretamente da França.
Na época, a Maçonaria brasileira não estava oficialmente constituída, porém isso não diminui em nada a importância do Areópago de Itambé. Foi um projeto político, pautado na luta pela igualdade, liberdade e fraternidade. Segundo os autos históricos e referências feitas pelos antigos moradores de Itambé e região, conta-se que os areopagitas, maçons da época, dotados de sabedoria exemplar, reuniam-se constantemente na referida casa, os artefatos, símbolos e insígnias eram levados para a utilização e, ao final de cada reunião, eram levados para a casa dos maçons para não levantar suspeitas.
No entanto, devido ao fluxo constante de pessoas influentes pelas estradas das redondezas, a influência da Maçonaria foi percebida e denúncias foram feitas ao Poder Imperial, que, por volta de 1802, enviou uma tropa da Guarda Imperial até a região, prendendo alguns maçons. Outros fugiram para fazer semear a Maçonaria em outras localidades, como as Lojas do Recife, Cabo de Santo Agostinho, Igaraçu e outras (Wikipedia, s.d.).
Segundo o padre Francisco de Paula de Albuquerque Montenegro, iniciado no Areópago de Itambé, faziam parte do Areópago os dois irmãos Arruda Câmara, o capitão M. L. Machado, André Dias de Figueiredo, padre Antônio Felix Velho Cardozo, padre José Pereira Tinoco, padre Antônio de Albuquerque Montenegro e padre João Ribeiro Pessoa, iniciado na maçonaria em Lisboa, onde se ordenou e foi fundador da "Academia do Paraiso", outra instituição nos moldes maçônicos do Areópago de Itambé. Pertencia ainda ao Areópago de Itambé o capitão-mor de Olinda, Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, o popular Suassuna, fundador da Academia de Suassuna, em 1802, onde também foram iniciados nosso inesquecível Irmão, o patriota Frei Joaquim do Amor Divido Caneca, o jurisconsulto Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, e o padre Miguelinho.
Um dos primeiros frutos da Areópago de Itambé foi "A Conspiração dos Suassuna". Um dos primeiros episódios em que se pode verificar a influência dos ideais iluministas e que ocorreu em 1801, quando Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, proprietário do Engenho Suassuna, foi acusado e preso, juntamente com seus irmãos, Luís Francisco de Paula e José Francisco de Paula, de conspirar para tornar Pernambuco independente. Eles eram membros do Areópago de Itambé e tinham planos até de conseguir o apoio de Napoleão, graças às suas conexões com a Maçonaria francesa. Nada foi apurado de concreto e todos foram libertados por falta de provas. Todas essas personagens mais tarde atuariam também na Revolução de 1817.
Pode-se afirmar que o Areópago de Itambé era uma sociedade política secreta, estrategicamente localizada na fronteira entre as províncias de Pernambuco e Paraíba, frequentada por destacadas personalidades de ambos os lados. Funcionava como um centro de irradiação de doutrinas, sem causar alarde, com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre o panorama geral da Europa, os abalos e desmantelos dos governos absolutistas sob a influência das ideias democráticas. Era um tipo de magistério que instruía e incitava entusiasmo pela república, em harmonia com a natureza e a dignidade humana, ao mesmo tempo em que inspirava aversão à tirania dos reis. Representava, enfim, a revolução almejada que traria independência e um governo republicano a Pernambuco.
É indiscutível que a precedência da Maçonaria no Brasil pertence a Pernambuco, tendo, inclusive sob aspectos maçônicos, maior relevância republicana que a Inconfidência Mineira. As primeiras Lojas que surgiram no Rio de Janeiro datam de 1803, com a fundação das oficinas maçônicas Reunião, Constância e Filantropia, por autorização do Grande Oriente Lusitano. Essas Lojas receberam vários adeptos, mas tiveram de cerrar suas portas dois ou três anos depois, devido á intolerância da época.
Antes porém da Maçonaria ser introduzida no Rio de Janeiro, a Ordem teve ingresso na Bahia, segundo documentos autênticos, em 5 de julho de 1802, com o levantamento das colunas da Loja Virtude e Razão. Regularmente, no Rio de Janeiro, a Maçonaria só começou a funcionar com a fundação da Loja Comercio e Artes, em 1815 (Melo, 1909), seguida das Lojas União e Tranquilidade e Esperança de Niterói.
Com a imigração de D. João VI e da Corte ao Brasil, a Maçonaria brasileira passou por uma fase de crescimento e prosperidade, graças à comunhão das ideias reinantes entre os Irmãos recém-chegados com a Corte e os já existentes na nossa pátria, tendo sido Pernambuco o único pedaço de solo brasileiro que ergueu um local onde se cuidava da ciência, da humanidade e da pátria, no último quarto do século XVIII.
Conclusão
Reinstalada, segundo dados da própria Loja, em 30/08/1980, a Augusta e Respeitável Loja Maçônica Simbólica Areópago de Itambé n° 17, é jurisdicionada ao Grande Oriente Independente de Pernambuco - GOIPE/COMAB. Em seu site há um texto de um Venerável Mestre da Loja, Irmão Getúlio César Rodrigues Guedes (1984), que relata: "(...) Foi esse Areópago a Primeira coluna de um Templo Maçônico levantada em solo brasileiro e sobre o qual, a par de estudos científicos, de combinações políticas para a Independência da Pátria, se rendeu sincero culto ao Supremo Arquiteto do Universo. Aqueles que frequentaram o Areópago de Itambé, nele receberam as primeiras lições de patriotismo, beberam as primeiras taças do sentimento de Igualdade e Fraternidade, ouviram pela primeira vez o Hino da Liberdade, sonharam uma Pátria independente da metrópole. O Areópago de Itambé foi o primeiro, a estação inicial de radioatividade democrática, o portador dos mais elevados ideais de Independência, de República e de Democracia."
Ainda no site da Loja há a seguinte afirmação: "Quantas tentativas fizeram os pernambucanos para gritar a todos os povos livres: somos irmãos! Quanto sangue derramaram nossos avós na conquista da Liberdade! O primeiro estabelecimento fundado, o primeiro centro que começou a estudar as ideias adiantadas foi o Areópago de Itambé (...).
Em Pernambuco, é comum o uso do termo "fazer blague", similar a "fazer piada". E, fazendo blague, pernambucanos costumam dizer que os rios Beberibe e Capiberibe se encontram no Recife para formar o Oceano Atlântico. Apesar do tom de brincadeira, essa frase carrega um fundo de verdade. Recife e Olinda, ao longo dos tempos, ostentaram o maior número de pensadores por metro quadrado em comparação a qualquer outro estado brasileiro. Entre essas personalidades, sem nos atermos à cronologia, destacam-se Souza Bandeira, Cândido Mendes, Marquês de Paranaguá, Barão de Lucena, o grande diplomata Barão do Rio Branco, Tobias Barreto, Clóvis Beviláqua, Borges de Medeiros, Raul Pompéia, Epitácio Pessoa, Graça Aranha, João Pessoa, o renomado jurista Rui Barbosa, Pontes de Miranda, o jornalista Assis Chateaubriand, pioneiro na implantação dos modernos meios de comunicação no país, Barbosa Lima Sobrinho, o poeta Castro Alves, o imortal José Lins do Rego, Aurélio Buarque de Holanda, o escritor José de Alencar, Fagundes Varela e Gilberto Freyre.
(*) Frederico G. Costa é membro da Academia Campinense Maçônica de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 25 - Patrono: Hipólito da Costa Pereira de Mendonça
REFERÊNCIAS
CHAGAS, Thais Regina Gimenes. A instituição do Tribunal do Areópago nas Eumênides, de Ésquilo. Akrópolis, Umuarama, v. 29, n. 1, p. 95-102, jan./jun. 2021.
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Manuel Arruda da Câmara. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/manuel-arrnda-da-camara/. Acesso em: 05 abr. 2024.
GUEDES, Getúlio César Rodrigues. O Areópago de ltambé. Loja Maçônica Simbólica Areópago de ltambé. Disponível em: https://areopagodeitambe.com.br/. Acesso em: 05 abr. 2024.
MELO, Maria Carneiro do Rego. A Maçonaria no Brazil. Prioridade de Pernambuco. Recife: Tipografia a Vapor - J. Agostinho Bezerra, 1909.
WIKIPEDIA. Areópago de ltambé. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Areópago_de_Itambé. Acesso em: 05 abr. 2024
Da Redação
Os movimentos tradicionais contemporâneos são frequentemente estruturados hierarquicamente, onde o conceito de obediência desempenha um papel central. Na Maçonaria, por exemplo, as diversas denominações como Grandes Lojas e Grandes Orientes são frequentemente chamadas de "Obediências". Essa nomenclatura sublinha a importância da obediência dentro dessas organizações.
O Paradoxo da Liberdade e Obediência
Apesar de pregarem a liberdade individual, essas organizações tradicionais parecem enfrentar um paradoxo: como pode um membro ser livre e ao mesmo tempo obedecer? Esse dilema levanta a questão de como a liberdade pode coexistir com a necessidade de cumprir regras, preceitos e até dogmas dentro de uma estrutura hierárquica.
A Escolha Voluntária
Uma possível resolução desse paradoxo reside no fato de que os membros dessas organizações escolhem voluntariamente ingressar nelas. A adesão é um ato de livre arbítrio; assim, a obediência ao Grão-Mestre ou a outros líderes é, teoricamente, também voluntária. Contudo, essa explicação pode ser vista como um argumento dialético, um “discurso engenhoso” que não aborda a complexidade da questão.
A Fraternidade como Solução
Uma chave mais profunda para resolver esse enigma é a fraternidade. Dentro das organizações tradicionais, a obediência é, na verdade, à Tradição e não a indivíduos específicos. No entanto, essa Tradição é personificada em cargos hierárquicos como Grão-Mestre, Grão-Prior, ou Imperador. Assim, ao obedecer à Tradição, o membro também obedece àqueles que a representam.
A fraternidade é o elemento que transforma a autoridade em algo aceitável e até desejável. Sem fraternidade, a autoridade se transforma em autoritarismo, a disciplina em severidade, e a sabedoria em arrogância. Portanto, a fraternidade é fundamental para que a hierarquia funcione de maneira harmoniosa.
A Importância da Fraternidade para os Líderes
A fraternidade não é apenas uma responsabilidade dos membros subalternos, mas é essencial para os líderes. A liderança deve ser exercida com fraternidade para inspirar e motivar os membros. O exemplo deve vir de cima, e a principal ferramenta de um líder deve ser a fraternidade. Com esse filtro, as qualidades de um líder são vistas de maneira positiva, enquanto sem ele, essas mesmas características podem ser percebidas como falhas de caráter.
Conclusão
Concluindo, a experiência da fraternidade permite que obediência e liberdade coexistam. Através da fraternidade, os membros veem nos líderes as qualidades que valorizam e reconhecem a autoridade desses líderes. Da mesma forma, líderes que agem com fraternidade ganham o respeito e a simpatia daqueles que estão sob sua liderança.
Assim, a fraternidade cria o ambiente propício para que o verdadeiro Caminho Iniciático floresça. Sem fraternidade, qualquer movimento ou organização tradicional se torna inoperante e disfuncional, perdendo a capacidade de cumprir seu propósito essencial.
Da Redação
Quarenta e cinco anos atrás ele passou para o Oriente Eterno
O ator, ícone do épico cinematográfico do Ocidente Em sua juventude pertenceu à Ordem D Molay, mas depois quis ser iniciado na Maçonaria como seu pai.
Em 11 de junho de 1979, passou para o Oriente Eterno o irmão John Wayne, uma estrela de máxima grandeza em Hollywood e ícone da epopeia cinematográfica do Oeste. Quase dois metros de altura, bonito e com um físico atlético, ele foi iniciado, assim como seu pai, na Maçonaria na McDaniel Lodge Numero. 56 de Tucson, no Arizona. Nascido em Iowa em 1907, de uma família de imigrantes irlandeses, seu nome verdadeiro era Marion Robert Morrison, mas todos o chamavam de Duke. Muito ativo entre os DeMolay durante os anos na University of Southern California, ele também fez parte de duas importantes confrarias estudantis da época: Trojan Knights e Sigma Chi.
Um acidente de surf interrompeu sua carreira esportiva, ele perdeu a bolsa de estudos e teve que deixar a prestigiosa universidade. Em sua biografia e em várias entrevistas, Wayne afirmou mais de uma vez que uma das coisas que mais o aterrorizou na vida foi a ideia de enfrentar seu treinador para dizer que não poderia mais jogar futebol americano porque tinha quebrado uma clavícula. Mas o jovem Morrison certamente não se retirou para a sombra. Sua amizade com o grande diretor John Ford marcou seu destino.
Ao longo de sua carreira, recebeu aplausos da crítica e inúmeros reconhecimentos, incluindo um Oscar e três Globos de Ouro. Estreou no cinema mudo nos anos vinte, alcançando a fama máxima entre os anos quarenta e setenta, sempre interpretando o papel do herói sem mácula e sem medo, rude mas generoso. Nascido em Winterset (Iowa) em 26 de maio de 1907, em uma família de religião cristã presbiteriana de ascendência irlandesa, que em 1911 se mudou para a Califórnia, Little Duke, como era chamado pelos amigos, cresceu imponente e forte. Seu sonho nunca realizado era entrar na Academia Naval de Annapolis; tentou, mas não conseguiu alcançar a pontuação necessária. Decidiu então concentrar-se nos estudos e, graças a uma bolsa obtida por suas habilidades atléticas no futebol americano, frequentou com sucesso um curso preparatório em Direito na University of Southern California, começando simultaneamente a trabalhar nos estúdios. Foi aqui que conheceu o grande diretor John Ford, de quem se tornaria o ator favorito após abandonar definitivamente o esporte.
Enquanto trabalhava na Fox Film Corporation por 75 dólares por papel, em 1929 Wayne atuou em “Words and Music”, aparecendo nos créditos finais com o nome de Duke Morrison. Mas sua verdadeira estreia foi no western “O Grande Caminho” (1930), dirigido por Raoul Walsh, que inicialmente lhe sugeriu o nome artístico de Anthony Wayne (em homenagem ao general “Mad Anthony” Wayne, que lutou na guerra de independência americana), depois substituído, por soar muito italiano, por John Wayne. O filme não foi um sucesso e Wayne voltou a fazer pequenas participações em westerns de pouca importância. A amizade com Ford levou Wayne a trabalhar com o diretor em vinte filmes ao longo de trinta e cinco anos. Sob sua direção, o ator interpretou seus papéis mais famosos, começando com Ringo Kid em “No Tempo das Diligências” (1939), o western que deu a virada decisiva em sua carreira, continuando com a trilogia sobre a Cavalaria, incluindo “Sangue de Heróis” (1948), “Legião Invencível” (1949) e “Rio Bravo” (1950), e ainda em “Depois do Vendaval” (1952), “Rastros de Ódio” (1956), “O Homem que Matou o Facínora” (1962). O primeiro filme colorido de Duke foi “Rumo ao Inferno” (1941), no qual trabalhou com seu amigo Harry Carey. No ano seguinte, apareceu no épico em technicolor “Ventania” (1942), no qual atuou ao lado de Ray Milland e Paulette Goddard. Em 1949, o diretor Robert Rossen lhe ofereceu o papel principal no filme “A Grande Ilusão” (1949), mas Duke recusou, pois, a seu ver, o filme evocava sentimentos antiamericanos que ele não compartilhava. Wayne também perdeu o papel principal em “Romântico Defensor” (1950), que foi para Gregory Peck, devido à sua recusa em atuar para a Columbia Pictures de Harry Cohn, que o havia maltratado no passado. Um de seus papéis mais populares foi no filme “Fugindo do Inferno” (1954), dirigido por William A. Wellman e baseado em um romance de Ernest K. Gann, no qual atuou como um copiloto heróico. Ele já havia interpretado um aviador nos filmes “A Patrulha da Madrugada” (1942), “Os Diabos do Céu” (1951) e “A Ilha no Céu” (1953), e atuou em outros papéis semelhantes em “Asas de Águia” (1957) e “O Piloto” (1957). A interpretação do personagem Ethan Edwards em “Rastros de Ódio” (1956) é considerada uma das melhores de Wayne, que deu o nome de Ethan a um de seus filhos. Em 1964, contracenou com Rita Hayworth e Claudia Cardinale em “O Circo e a Sua Sombra”. Apesar do enorme número de filmes realizados, o ator ganhou seu único Oscar apenas em 1970 por “Bravura Indômita” (1969), dirigido por Henry Hathaway, enquanto no passado – além da candidatura como melhor ator por “A Arenosa Trincheira” (1950), ele havia recebido uma como produtor por “O Álamo” (1960), um projeto ambicioso que ele também dirigiu. Ele dirigiu outro filme apenas em uma ocasião, “Os Boinas Verdes” (1968), que decidiu filmar após ter estado no Vietnã em 1966, em um tour entre as tropas americanas. O filme, de caráter fortemente patriótico, lhe rendeu acusações de militarismo; o apoio aberto à guerra no Vietnã trouxe a Wayne certa impopularidade política, em um período de fortes tensões políticas. Em 1975, interpretou um inspetor de polícia no filme “Brannigan”. Sua última interpretação foi em 1976, no filme “O Último Pistoleiro” de Don Siegel, com a participação de Ron Howard, uma espécie de testamento cinematográfico no qual Wayne – já gravemente doente na época – interpreta um pistoleiro famoso e idoso, com câncer incurável, que decide retornar a Carson City para resolver algumas questões pendentes antes de morrer. Um ano antes de sua morte, ele se converteu ao catolicismo, recebendo o batismo de Marcos Gregorio McGrath, arcebispo do Panamá. John Wayne morreu de câncer de estômago em 11 de junho de 1979 e foi enterrado no cemitério de Corona del Mar, na Califórnia. Apenas dois meses antes, em 9 de abril de 1979, sua última aparição pública na cerimônia do Oscar (durante a qual apresentou o prêmio de melhor filme, “O Franco Atirador”) causou grande comoção. O ator, visivelmente magro, foi recebido com uma ovação de pé.
Ele é o destaque de um retrato fascinante no livro “Spurs and Aprons: The Masonic Saga of the West” (Tipheret), escrito por Marco Rocchi.
Seu nome, destaca Rocchi, também está ligado a alguns famosos “cameos maçônicos” na história do cinema western. Em “Rastros de Ódio”, quando Wayne cavalga pelo campo Comanche após a batalha, a câmera foca em um índio morto com um sabre no peito, vestindo um avental claramente maçônico. Em “Bravura Indômita”, o filme pelo qual ganhou o Oscar de melhor ator, por volta do décimo terceiro minuto, Mattie, depois de ver o pai morto no caixão preparado pelos funerários, sussurra ao ajudante que a acompanhou à cidade: “quando você chegar em casa, coloque-o em um caixão melhor e enterre-o com o avental maçônico.” A fala foi censurada na dublagem italiana e substituída por: “Quando você chegar em casa, coloque-o em um caixão mais bonito e enterre-o com sua melhor roupa.”
Na Inglaterra, o rei Eduardo I decretou a expulsão dos judeus em 1290, mais de duzentos anos antes dos Reis Católicos fazerem o mesmo na Espanha. No entanto, ao longo dos séculos subsequentes, um número significativo de judeus conseguiu entrar clandestinamente no país.
Esses judeus eram principalmente de origem ibérica (sefarditas) e, apesar de se passarem por convertidos publicamente, continuavam a praticar a religião dos seus antepassados em segredo. Conhecidos como "marranos" (um termo castelhano que se refere àqueles que "marravam" na fé cristã), eles mantinham contatos comerciais internacionais e se dedicavam à medicina e outras ciências, já que eram proibidos de exercer ofícios ou ingressar no exército.
Essa situação beneficiava os interesses da Coroa Britânica, resultando em uma tolerância que se oficializou apenas em 1664, durante o reinado de Carlos II Stuart.
Até o século XVIII, a maioria dos judeus britânicos era oriunda da Espanha e de Portugal. Com a criação da Grande Loja de Londres em 1717, cujo objetivo era unificar todos os homens livres e morais, sem distinção de raça, religião ou credo, alguns judeus ingleses começaram a se interessar por esse caminho de integração social não discriminatória, idealizado por um grupo de idealistas cristãos.
Vale destacar que, mesmo antes da fundação da Grande Loja de Londres, precursora da Grande Loja Unida da Inglaterra, o Rabino Yejuda Yacob León (1603-1675) apresentou projetos notáveis sobre o Templo de Salomão, atraindo a atenção de estudiosos holandeses e britânicos. Conhecido também como Templo do Leão, apelido dado por seus seguidores, o rabino deixou um legado que influenciou a maçonaria.
A Grande Loja dos Antigos, estabelecida em 1751 e sucessora da Grande Loja de York, adotou um desses desenhos, representando a Arca da Aliança, e o incluiu em seu escudo heráldico. Este símbolo também aparece no emblema da Grande Loja Unida da Inglaterra.
O primeiro maçom judeu inglês conhecido foi o sefardita Francisco Francia "o jacobita". Em 1725, Israel Segalas e Nicolás Abrahams já figuravam nos registros da Grande Loja da Inglaterra. Na segunda edição do Livro das Constituições de Anderson, publicada em 1738, são mencionados outros sefarditas, como Salomón Méndez, Benjamin da Costa, Isaac Barett e Moisés Méndez. Nos registros da Grande Loja dos Antigos aparecem nomes como David Lyon ou León, Moisés Isaac Levi (conhecido como Ximénez) e John Paiba. Além deles, destacam-se os britânicos de origem sefardita julgados pela Inquisição portuguesa por pertencerem à Ordem: John Coustos e Hipólito da Costa Pereira-Hurtado de Mendoza.
Outros sefarditas, provenientes da Espanha e de Livorno, chegaram à Holanda nos séculos XVI e XVII e depois se mudaram para as colônias americanas. Quando a Maçonaria surgiu, eles foram iniciados nas lojas da Geórgia, como foi o caso do primeiro maçom judeu americano: Moisés Nunis ou Núñez.
Em Massachusetts, Rhode Island, e nas Carolinas do Norte e do Sul, a presença de vários maçons de origem sefardita foi notável. O antilhano Emmanuel de la Mota participou, junto com outros iniciados europeus e norte-americanos, na criação do primeiro Conselho Supremo do Rito Escocês Antigo e Aceito, localizado em Charleston (Carolina do Sul) em 1801-1802.
(*) Outros britânicos Hurtado de Mendoza, originários de Livorno, o mais importante centro sefardita mediterrâneo da Idade Média, foram Isaac e Benjamin Disraeli, pai e filho, que, embora aparentemente não iniciados, alcançaram notoriedade na literatura e na política.
Fontes: León Zeldis / fenixnews
No dia 06 de maio de 2024, a ARLS Sapientíssimo Ir.’. Alcy Ribeiro da Costa – 3839, localizada no Oriente de Guaçuí/ES, realizou uma sessão memorável que ficará marcada na história da Loja. Este evento é significativo devido ao projeto da Oficina para construir um museu que abrigará pertences maçônicos do Patrono “Sapientíssimo Irmão Alcy Ribeiro da Costa” e do saudoso Irmão Antônio Cesar Dutra Ribeiro, Patrono da Loja de Perfeição do Rito Adonhiramita, onde se pode alcançar do Grau 04 ao 33.
Antes da sessão, ainda durante o dia, o Irmão Geraldo Ribeiro da Costa Júnior, Representante Internacional da Loja em Portugal, recebeu um malhete do Amado Irmão Willian Pires Nunes, gesto que lhe trouxe grande gratidão e emoção. O Irmão Geraldo é sobrinho e primo dos Patronos Alcy Ribeiro da Costa e Antônio Cesar Dutra Ribeiro, respectivamente.
Dessa forma, ele doou à Loja um vasto acervo maçônico dos IIr∴ Alcy Ribeiro e Antonio César para a criação do museu da Loja. Entre os objetos entregues, destacou-se a primeira carteirinha de identificação do GOB do Ir∴ Alcy Ribeiro, com 77 anos de existência, além de inúmeros diplomas, comendas, medalhas e aventais de Mestre Instalado e Deputado Estadual. Com essa doação, a criação do museu da Loja tornou-se uma realidade.
O Ir∴ Geraldo Ribeiro também entregou ao Venerável Mestre Adilsom Júnior Ornela Págio um trabalho intitulado “Alcy, uma linda vida Maçônica”, uma breve biografia do Patrono da Loja. Ele presenteou a Loja e a Cunhada Renata, presidente do Departamento Feminino da Loja, com uma réplica do Estatuto do primeiro Departamento Feminino do Brasil, fundado em 1959 pelo saudoso Irmão Alcy Ribeiro. Além disso, trouxe uma pequena pedra retirada das muralhas do Castelo dos Templários de Tomar, em Portugal, construído em 1160, que também será exposta no museu da Loja.
O Venerável Mestre Adilsom Págio, juntamente com os demais Irmãos da Loja, homenagearam o Irmão Geraldo Ribeiro com a “Comenda Sapientíssimo Irmão Alcy Ribeiro da Costa” pelos relevantes serviços prestados à Ordem Maçônica, à comunidade civil, e pelo apoio e orientação aos Irmãos, Cunhadas e Sobrinhos em Portugal.
Em tom de comemoração, o Ir∴ Orador, Roberto Figueiredo Boechat, homenageou a sobrinha Gisely Ribeiro (filha do Irmão Geraldo Ribeiro) com um presente da subseção da OAB de Guaçuí e dos Irmãos da Loja, pela sua aprovação na prova da OAP (Ordem dos Advogados de Portugal).
O Venerável Mestre Adilsom Págio também anunciou com entusiasmo que a galeria das presidentes da Fraternidade Feminina da Loja será nomeada Vera Costa, em homenagem à cunhada e esposa do saudoso Alcy Ribeiro, gerando grande alegria entre todos.
Diversas autoridades maçônicas estiveram presentes, incluindo o Secretário de Comunicação e Informática do GOB/ES, Poderoso Ir∴ Daladyer W. Borges Morandi, o Deputado Federal Poderoso Ir∴ João Simar Brandão Fagundes, o Sapientíssimo Ir∴ Daniel Freitas Júnior, o Ir∴ Francisco Rangel, Mestre Instalado Grau 33, Obreiro da A∴R∴L∴S∴ Liberdade e Luz, e o Irmão Leonardo Lima Simões, da A∴R∴L∴S∴ Fraternidade e Prudência, do Oriente de Espera Feliz/ES.
Com tantas celebrações, após a sessão, houve um ágape na “Pettine Pizzaria”, propriedade do Amado Irmão Lindoflávio Luciano de Oliveira, que nos acolheu com grande carinho. Um jantar foi servido em um ambiente harmônico e familiar, onde todos desfrutaram deste momento de descontração tão importante para a vida maçônica.
**Texto do Ir∴ Geraldo Ribeiro da Costa Júnior**
M∴ M∴ - A∴R∴L∴S∴ “Sapientíssimo Ir.’. Alcy Ribeiro da Costa, nº 3839” - Or∴ de Guaçuí - GOB-ES.
DaRedação
A Maçonaria, uma organização fraternal que remonta ao final do século XVI e início do XVII, sempre esteve envolta em mistério e fascínio. Dentro deste vasto universo maçônico, existe um ramo menos conhecido, mas igualmente intrigante: a Maçonaria de Adoção. Esta forma de maçonaria, também conhecida como "Maçonaria Feminina" ou "Maçonaria Mista", inclui mulheres em seus rituais e estruturas, ao contrário da tradicionalmente masculina maçonaria regular.
Origem e História
A Maçonaria de Adoção teve suas raízes no século XVIII, na França. Seu surgimento foi influenciado por um desejo de incluir as mulheres nas atividades maçônicas, que até então eram exclusivas dos homens. As primeiras "Loja de Adoção" foram fundadas por volta de 1760 e rapidamente ganharam popularidade entre a nobreza francesa. Essas lojas femininas eram patrocinadas por lojas masculinas, daí o termo "adoção".
Durante a Revolução Francesa e os anos subsequentes, a Maçonaria de Adoção sofreu altos e baixos, mas conseguiu sobreviver e se expandir para outros países europeus e eventualmente para as Américas.
Estrutura e Rituais
A estrutura da Maçonaria de Adoção é similar à da Maçonaria tradicional, mas adaptada para incluir mulheres. As lojas de adoção realizam rituais próprios, que muitas vezes são variantes dos rituais maçônicos tradicionais, mas com simbolismos e temas que destacam a importância da moralidade, da virtude e do progresso espiritual.
As lojas são lideradas por uma “Venerável Mestra”, e suas reuniões seguem uma ordem específica, incluindo a abertura da loja, leitura das atas, discussão de assuntos diversos, cerimônias de iniciação e encerramento. O grau de evolução nos ritos também é similar, passando pelos graus de Aprendiz, Companheira e Mestra.
Influência e Legado
A Maçonaria de Adoção desempenhou um papel significativo na promoção da igualdade de gênero dentro dos círculos maçônicos. Embora as lojas de adoção fossem inicialmente supervisionadas por lojas masculinas, com o tempo, elas ganharam autonomia, contribuindo para a emancipação das mulheres em um contexto social mais amplo.
O impacto da Maçonaria de Adoção pode ser observado em várias frentes:
1. Emancipação Feminina: As mulheres maçônicas foram pioneiras na luta pelos direitos das mulheres, utilizando a estrutura e os princípios maçônicos para promover a igualdade de gênero.
2. Filantropia: Assim como suas contrapartes masculinas, as lojas de adoção se dedicaram a causas filantrópicas, apoiando instituições de caridade, orfanatos e escolas.
3. Cultura e Sociedade: A Maçonaria de Adoção influenciou a cultura e a sociedade ao promover valores de moralidade, ética e fraternidade, criando um ambiente onde homens e mulheres podiam trabalhar juntos para o bem comum.
Conclusão
A Maçonaria de Adoção, com sua rica história e impacto duradouro, continua a ser uma parte vital da tradição maçônica. Ela representa um passo significativo em direção à inclusão e à igualdade de gênero, mantendo vivos os ideais maçônicos de fraternidade, moralidade e progresso espiritual. Embora menos conhecida que a maçonaria tradicional, a Maçonaria de Adoção é um testemunho do poder transformador da irmandade e do compromisso com um mundo melhor para todos.
Referências
- Coil, Henry Wilson. *Coil's Masonic Encyclopedia*. Richmond, VA: Macoy Publishing & Masonic Supply Co., 1961.
- Dachez, Roger. *La Franc-maçonnerie*. Paris: PUF, 2003.
- Snoek, Jan A.M. *Women's Agency and Rituals in Mixed and Female Masonic Orders*. Leiden: Brill, 2021.
Da Redação
A loja de pesquisa maçônica mais antiga e prestigiada, a Quatuor Coronati (QC) nº 2.076, foi criada em 1884 em Londres. Ligada à Grande Loja Unida da Inglaterra, a QC dedica-se principalmente à pesquisa histórica, utilizando um vasto acervo de documentos preservados na Biblioteca Nacional de Londres, em antigas Lojas, em bibliotecas públicas de outras cidades, e nos arquivos da Grande Loja Unida da Inglaterra e da Biblioteca Bodleiana.
Desde 1886, a Quatuor Coronati publica um compêndio de placas, conhecido como "Transações", além de reproduções de documentos antigos sob o título "Antigrapha". A loja também divulga decorações maçônicas através de um volumoso catálogo ilustrado. Esses trabalhos são fundamentais para a preservação e divulgação do conhecimento histórico maçônico.
Os membros ativos da Quatuor Coronati são limitados a 40 e devem ser intelectuais e pesquisadores especializados na história maçônica. Além desses, a QC mantém um círculo de correspondentes (QCCC) composto por cerca de 12.000 membros, entre Lojas e Irmãos a título pessoal. A QC se organiza como uma Loja maçônica tradicional, reunindo-se quatro vezes por ano, seguindo rituais de abertura e encerramento dos trabalhos e celebrando ágapes. Anualmente, a loja concede o Prêmio Spencer ao autor que mais contribuiu para o avanço da pesquisa maçônica.
Inspiradas pela Quatuor Coronati, surgiram várias outras lojas de pesquisa em cidades como Bayreuth, Roma, Praga e Viena. Londres, embora não encoraje nem rejeite a criação dessas lojas, não estabelece condições prévias para a criação de novas entidades nem mantém relações preferenciais com as já estabelecidas. O nome Quatuor Coronati tornou-se, de certa forma, de domínio público.
Diversas outras lojas e grupos de pesquisa maçônicos foram criados com diferentes nomes, especialmente no mundo anglo-saxão. Esses grupos se dedicam ao ensino do ritual, à garantia da qualidade do trabalho maçônico através de repetições e à promoção da filiação de novos Irmãos. Atualmente, existem mais de 150 lojas de pesquisa no mundo.
As lojas de pesquisa que se dedicam seriamente à investigação maçônica são poucas. Em geral, elas divulgam os resultados de suas pesquisas através de anuários, boletins ou revistas, baseando-se em documentos de arquivo das Lojas ou Grandes Lojas, rituais e aspectos da vida profana relacionados à Maçonaria, como música, arte, literatura, psicologia, sociologia e política. Além disso, costumam tratar de temas simbólicos e filosóficos do movimento maçônico.
Há também muitos pesquisadores independentes que se dedicam à pesquisa maçônica e publicam suas obras em editoras maçônicas e seculares. Entre esses autores notáveis estão Albert Pike, Robert Freke Gould, Oswald Wirth, Jean-Pierre Bayard, René Guilly (conhecido como René Désaguliers), Michel Beresniak, André Combes, Pierre Noël (pseudônimo literário Guy Verval), Alain Bernheim (que usa vários pseudônimos literários) e Helmut Reinalter. Enciclopedistas como Albert Mackey, Eugen Lennhoff, Henry Wilson Coil e Daniel Ligou também são figuras importantes. A Enciclopédia da Maçonaria (Pochothèque, Paris, 2000) reúne artigos de cerca de cinquenta autores, incluindo Alain Bernheim, que escreveu mais de sessenta dessas entradas.
Os membros ativos das lojas de pesquisa são, em geral, estudantes universitários ou iniciados que realizaram pesquisas de alto nível. Isso não significa que todas as publicações resultantes sejam de nível acadêmico elevado, mas que estão em um nível superior à escrita de placas na Loja ou em revistas destinadas às Lojas azuis.
Quando uma Loja de Pesquisa se dedica a uma tarefa ou recebe um mandato para realizar um projeto, são formados grupos restritos onde a emulação rapidamente se torna produtiva. Os contatos frequentes entre membros de diversas lojas de pesquisa permitem a realização de trabalhos de alta qualidade. As possibilidades oferecidas pela Internet e a fraternidade entre Irmãos de diferentes locais facilitam os contatos e intercâmbios para culminar em trabalhos diferenciados.
Pertencer a uma Loja ou grupo de pesquisa é um compromisso de longo prazo, dedicado ao progresso da Maçonaria e não ao próprio ego. É um trabalho altruísta em prol de um ideal, onde é essencial renunciar a sentimentos de ambição pessoal, honras e poder. É, acima de tudo, uma forma de apostolado dedicada ao avanço da pesquisa maçônica
Da Redação
Pouco se discutiu sobre o papel dos iniciados escoceses na transição da Maçonaria operacional para a especulativa. De fato, até o final do século XX, os historiadores da Ordem evitaram abordar essa questão, ainda que de maneira sutil e elegante. A Maçonaria moderna oficialmente surgiu em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres. No entanto, os estudiosos preferem utilizar parâmetros diferentes, mais complexos.
É importante lembrar que o ponto de partida dessa história é a Inglaterra. A primeira evidência da organização dos pedreiros data de 1356, quando o conselho de Londres foi chamado a resolver uma disputa entre cortadores e levantadores. Os primeiros documentos sobre a profissão de maçom surgem no final do século XIV e início do século XV, como os Manuscritos Regius (1390) e Coock (1420), que mencionam as Antigas Obrigações. Já em 1220, Londres possuía o Santo Ofício e Irmandade dos Maçons, que em 1376 passou a se chamar Sociedade dos Maçons. Após a Reforma Inglesa, a construção de igrejas e catedrais foi reduzida, mas a situação mudou radicalmente a partir de 1430, quando os monarcas escoceses contrataram trabalhadores da França, onde os mistérios do Collegium Fabrorum floresciam. Acredita-se que esses trabalhadores foram os primeiros a introduzir a Maçonaria na Escócia. A Maçonaria Escocesa também foi influenciada pelos Mistérios Celtas e pela tradição Templária, elementos importantes da herança cultural do país.
A teoria da transição das antigas corporações para a Maçonaria moderna apresenta dificuldades. Em 1989, o historiador francês Roger Dachez publicou um artigo intitulado "As Origens da Maçonaria Especulativa na Grã-Bretanha", onde menciona que em 1620 a Loja de Aceitação já admitia pessoas fora do ofício de construtores. Em 1686, a Sociedade de Maçons de Staffordshire começou a aceitar pessoas de todas as origens, como o antiquário e alquimista Elías Ashmole, que alguns consideram, talvez erroneamente, o primeiro maçom especulativo.
Há divergências entre os estudiosos sobre os estágios da transição para a Maçonaria Especulativa. Eric Ward argumenta que a Maçonaria Especulativa é puramente inglesa e que desde o início adotou os rituais das Lojas Operativas, sem se integrar a elas. Por outro lado, o escocês David Stevenson acredita que as primeiras Lojas inglesas eram puramente especulativas, independentes das Operativas.
Podemos considerar a existência de uma Maçonaria especulativa no século XVII ao analisar a evolução das Lojas Inglesas e Escocesas. A Escócia pode ser vista como o berço do sistema especulativo por várias razões, como o uso mais antigo da palavra "Loja" nos estatutos de Schaw do final do século XVI, as primeiras admissões de membros não operativos, a criação de rituais e símbolos especulativos, e a introdução do terceiro grau no século XVII.
Entretanto, da Inglaterra vêm os Ancient Duties e a presença, já em 1646, de Lojas formadas por cavalheiros maçônicos. Após a reforma de William Shaw na Escócia, a Inglaterra assumiu a liderança na transição para o sistema especulativo no final do século XVII. No entanto, a tradição escocesa, com seus rituais herméticos e esotéricos e o sistema de graus, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da Maçonaria moderna. Essa fusão entre as tradições resultou, no início do século XVIII, na criação da Grande Loja de Londres.
Da Redação
O significado das cerimônias secretas na Maçonaria tem sido frequentemente discutido como uma prática reservada e eficaz somente se mantida em sigilo, distante do conhecimento público. Isso contribui para a perpetuação de mitos e lendas que envolvem a estrutura iniciática. A eficácia da iniciação parece depender da revelação gradual através de múltiplas cerimônias em diferentes estágios, onde o próprio processo de descoberta desempenha um papel crucial na revelação da verdade.
É importante destacar que as opiniões expressas neste contexto são pessoais e não representam a Maçonaria como um todo. Elas buscam abordar esses temas com base em observações e raciocínio lógico, com o objetivo de desafiar e, possivelmente, dissipar os mitos, lendas e superstições que cercam a Maçonaria na imaginação pública.
Ao considerarmos nossa condição humana, percebemos que a vida é um fluxo contínuo caracterizado pela impermanência, tanto em nosso desenvolvimento físico quanto na transformação de objetos inanimados. Este fluxo é regido pela relação de causa e efeito, onde a própria relação gera a impermanência. Isso sugere que qualquer fluxo no universo tem uma origem, mas se essa origem é um efeito sem causa, então estamos diante de um contexto onde tudo é possível, não determinado por eventos anteriores.
Neste nível de realidade, que considero a essência do nosso ser, não estamos limitados à linearidade temporal. A existência de um efeito sem causa fora do determinismo implica uma dimensão de "Eternidade", não definida pelo tempo cronológico. Esta "Eternidade" reside não no passado distante, mas nas profundezas de nossa existência e de tudo o que existe, em uma perspectiva vertical que transcende a cronologia.
Se a Eternidade está enraizada em nós mesmos, observamos que o símbolo do círculo com centro no tabuleiro maçónico sugere uma jornada em direção ao centro, onde podemos acessar essa Eternidade através de certos processos.
As cerimônias secretas, por sua natureza reservada e desconhecida, representam um estado de consciência onde não há distinção entre sujeito e objeto, nem limitações de tempo ou quantidade. Esse estado oferece uma visão profunda da vida, onde experiências iniciáticas deixam uma marca duradoura, fundindo sujeito e objeto em um estado de criação pura.
A iniciação maçónica, assim, proporciona um estado de consciência singular, contrastando com a lógica causal do mundo material. Isso sugere uma essência permanente e atemporal em nossa natureza, além das limitações da cronologia. A prática iniciática implica um processo de morte e renascimento, conduzindo a uma transformação profunda e renovação do indivíduo.
A compreensão desses estados de consciência pode ser comparada à intensidade do momento presente eterno. Exemplos como conversas profundas entre amigos ou momentos de admiração artística ilustram esse estado atemporal de felicidade e significado.
A Maçonaria, através de seu método iniciático, emerge como uma forma eficaz de explorar e entender nossa verdadeira natureza. Este método não apenas desafia as narrativas convencionais, mas também prepara os indivíduos para uma jornada de autodescoberta e realização.
No futuro, munidos desse conhecimento, podemos aspirar a construir um mundo que reflita nossa verdadeira natureza, livre das histórias autoimpostas que obscurecem essa compreensão.
Portanto, a Maçonaria, em minha perspectiva, pode desempenhar um papel significativo na promoção de uma sociedade mais autêntica e consciente.
Por Maarten Moss
Adoniram, uma figura envolta em mistério, é conhecido por sua proeminência na tradição religiosa e nos relatos históricos.
Sua história está entrelaçada com o desenvolvimento dos maçons e a expansão da tradição judaico-cristã.
Neste ensaio, nos aprofundaremos nas origens de Adoniram, seu papel nas narrativas bíblicas e sua influência no movimento da Maçonaria. Através desta exploração, iluminaremos a vida desta figura enigmática e sublinharemos o seu impacto duradouro na história e na religião.
Adoniram no Antigo Testamento
A história de Adoniram começa no Antigo Testamento, especificamente no Primeiro Livro dos Reis. Aqui, ele é apresentado como um oficial de alto escalão servindo sob o rei Salomão.
Adoniram foi incumbido de responsabilidades significativas na administração de Salomão, incluindo a supervisão da cobrança de impostos e a supervisão da força de trabalho que construiu o Templo em Jerusalém.
O seu papel foi fundamental na construção deste monumental local religioso, pois garantiu a boa coordenação de trabalhadores e recursos.
O Talmud e a Literatura Rabínica
O significado de Adoniram se estende além do Antigo Testamento, à medida que sua história é desenvolvida no Talmud e em outras literaturas rabínicas.
Esses relatos fornecem contexto adicional para seu personagem e o retratam como uma figura exemplar que demonstrou grande sabedoria e dedicação.
Diz-se que Adoniram era tão respeitado por seus pares que, mesmo depois do reinado de Salomão, ele continuou a servir como chefe do trabalho forçado dos reis subsequentes de Israel, Roboão e Jeroboão.
O Talmud também descreve um incidente no qual Adoniram foi enviado pelo rei Salomão para recuperar o lendário Shamir, um verme mítico capaz de cortar qualquer material.
Esta missão mostrou a desenvoltura de Adoniram, pois ele obteve com sucesso o Shamir ao enganar os demônios que o guardavam.
Esta história não apenas destaca a astúcia de Adoniram, mas também sua lealdade inabalável ao Rei Salomão e sua missão divina de construir o Templo.
Adoniram e a Maçonaria
A figura enigmática de Adoniram também deixou um impacto duradouro no mundo da Maçonaria. A sua associação com a construção do Templo de Salomão, um evento crucial na tradição maçónica, solidifica a sua importância dentro desta organização secreta.
A história do Mestre Maçom Hiram Abiff, uma figura central na Maçonaria, é frequentemente entrelaçada com a de Adoniram. Em alguns rituais e escritos maçônicos, Adoniram é até considerado um pseudônimo do próprio Hiram Abiff.
O papel de Adoniram na Maçonaria é ainda mais destacado através da Ordem dos Cavaleiros da Cidade Santa, um órgão maçônico anexo.
Nesta ordem, os membros procuram imitar as virtudes e a sabedoria de Adoniram, que é retratado como o Grão-Mestre Arquiteto do Templo de Salomão. Ao incorporar os princípios e valores de Adoniram, a ordem procura perpetuar o legado desta figura enigmática.
Interpretações do personagem de Adoniram
O personagem de Adoniram é multifacetado, com diferentes interpretações surgindo de diversas fontes. Em alguns relatos, ele é retratado como símbolo de lealdade, sabedoria e dedicação ao serviço divino.
Seu papel na construção do Templo de Salomão e sua desenvoltura na recuperação do Shamir exemplificam essas características.
Contudo, a história de Adoniram também contém elementos mais sombrios. Em algumas versões da narrativa de Hiram Abiff, Adoniram é assassinado por seus colegas de trabalho, que invejam sua sabedoria e sua posição privilegiada na corte do rei Salomão.
Este fim trágico enfatiza os perigos do ciúme e os desafios que acompanham a manutenção do poder e da autoridade.
O Legado de Adoniram
O legado de Adoniram é perpetuado através da sua influência nas tradições religiosas e esotéricas.
Seu envolvimento na construção do Templo de Salomão consolida seu lugar na narrativa judaico-cristã, enquanto seu papel no Talmud e na literatura rabínica ressalta sua importância na tradição judaica.
A história de Adoniram oferece lições valiosas sobre lealdade, sabedoria e busca do serviço divino, que continuam a ressoar nesses contextos religiosos.
Além do seu impacto religioso, a associação de Adoniram com a Maçonaria destaca a sua influência mais ampla no esoterismo ocidental.
Como figura reverenciada por sua sabedoria, lealdade e habilidade arquitetônica, Adoniram serve de inspiração para aqueles que buscam incorporar os valores maçônicos.
A Ordem dos Cavaleiros da Cidade Santa, em particular, preserva a memória de Adoniram promovendo as virtudes e princípios que exemplificou.
Conclusão
A figura enigmática de Adoniram ocupa um espaço único na intersecção da história religiosa, da mitologia e das tradições esotéricas. Do seu papel no Antigo Testamento e no Talmud à sua influência na Maçonaria, a história de Adoniram oferece um fascinante vislumbre da natureza multifacetada das narrativas históricas e religiosas.
Através de um exame mais detalhado das origens, caráter e legado de Adoniram, podemos apreciar melhor o impacto duradouro desta figura enigmática no desenvolvimento do pensamento e da espiritualidade ocidentais.
Ao compreender a história de Adoniram, encontramos um homem cuja devoção ao serviço divino, sabedoria e lealdade foram testadas e finalmente recompensadas.
Seu envolvimento na construção do Templo de Salomão e sua busca pelo Shamir exemplificam sua dedicação a um propósito superior. Ao mesmo tempo, o seu fim trágico serve como um conto de advertência, lembrando-nos dos perigos da inveja e dos desafios que acompanham o poder e a autoridade.
Como uma figura cuja história transcende fronteiras religiosas, históricas e esotéricas, Adoniram continua a ser um símbolo duradouro de sabedoria, lealdade e busca pelo serviço divino.
O seu legado, preservado através da tradição religiosa e dos ensinamentos da Maçonaria, continua a inspirar e a desafiar aqueles que procuram uma compreensão mais profunda da experiência humana e dos mistérios que estão além do nosso reino terreno.
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