Não devemos temer a morte, pois ninguém
desencarna antes da hora
Todos nós sentimos medo em algum grau e isso
é bom ou ruim? Sentir medo é normal, pois ele está relacionado ao nosso
instinto de conservação, sobrevivência e perpetuação da espécie. Conforme nos
mostra Allan Kardec na questão 702 de O Livro dos Espíritos: "O instinto
de conservação é uma Lei da Natureza? Resposta: Sem dúvida. Todos os seres
vivos o possuem, seja qual for o grau de sua inteligência. Nuns, é puramente
mecânico; noutros, é racional"
Se fôssemos totalmente destemidos, estaríamos
fadados à extinção. Emmanuel nos orienta: "Embora devas caminhar sem medo,
não te cases à imprudência, a pretexto de cultivar o desassombro". Caso
não tenhamos temor de nada, crendo que tudo está premeditado, estaremos
sujeitos a passar por situações ruins e até a abreviar a nossa encarnação e
tudo o que fazemos, consciente ou inconscientemente, que antecipa o nosso
retorno à Pátria Espiritual, é considerado um suicídio. Nós temos a obrigação
de preservar a nossa existência na matéria e de cuidar do nosso corpo, pois
eles são uma dádiva oferecida pelo Criador para que possamos evoluir.
Por outro lado, o medo em excesso também é
prejudicial. Quando temos muito temor, com aquela sensação de angústia, geramos
uma energia de baixo padrão vibratório. Nós ficamos imersos nessa energia que
provém de nossos sentimentos e pensamentos e, se ela for deletéria, irá
prejudicar todo o nosso ser. Ela age em todos os trilhões de células do nosso
corpo físico, alterando o seu funcionamento, nos causando malefícios e doenças.
Poderemos ficar, dessa forma, mais suscetíveis a termos vários problemas de
ordem física e espiritual.
O que temos que fazer então? A resposta é o
equilíbrio. Não devemos ter falta nem tampouco excesso de medo. Para termos
esse equilíbrio, devemos ficar atentos a fatores internos e externos que possam
causar a desarmonia em nossas vidas. Conforme nos ensina Chico Xavier:
"Nossa vida é um dom precioso que Deus nos deu e funciona como um jardim,
onde podemos semear as flores da alegria ou as pragas do medo, da raiva e da
depressão. O que você anda plantando no seu jardim?"
Sentimos medo de muitas coisas, alguns em
especial sentem muito medo da morte. A Doutrina Espírita nos orienta muito bem
em relação a isso, nos ensinando que a vida continua após o desencarne e que
retornamos ao Mundo Espiritual, que é onde estávamos antes de encarnar, sendo
lá a nossa verdadeira vida. Allan Kardec nos orienta na questão 941 de O Livro
dos Espíritos: "Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de
perplexidade. De onde lhes vêm esse temor, já que têm diante de si o futuro?
Resposta: Não há fundamento para semelhante temor... A morte não inspira ao
justo nenhum temor, porque, com fé, ele tem a certeza do futuro; a esperança o
faz esperar por uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a
segurança de que não encontrará, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser cujo
olhar lhe deva temer".
Não devemos temer a morte, tendo em mente que
ninguém desencarna antes da hora, a não ser que, consciente ou
inconscientemente, se esforce para isso. Temos que nos preocupar sim em sermos corretos,
fazermos o bem, praticando o amor tão ensinado por Jesus. André Luiz nos fala
através de Chico Xavier: "As virtudes são o passaporte para uma entrada
tranquila no Mundo Espiritual: a compreensão, a humildade, a paciência, a
ternura e a caridade".
Em tempos de pandemia, façamos a nossa parte,
seguindo as recomendações das agências de saúde, por enquanto ainda
necessárias, como usar máscaras, higienizar as mãos com água e sabão ou álcool
em gel e praticar o distanciamento social. Mas não devemos ficar demasiadamente
temerosos e angustiados com toda essa situação da covid, pois o medo em excesso
pode nos deixar mais suscetíveis a desenvolver uma forma mais grave da doença.
Devemos manter o equilíbrio emocional, ficando atentos com a nossa saúde mental
além da do corpo material, fazer o que nos cabe e ter fé em Deus, sabendo que
tudo o que acontece é para o nosso aprendizado e evolução.
(*) EDUARDO BATTEL é médico urologista e
expositor espírita
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